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Inimigos da criança


Publicado no Site do Jornal da Tarde de 19/3/07

Inimigos da criança
> Amigos da família são os maiores agressores

Família não fica de fora na pesquisa sobre violência contra crianças

FERNANDA ARANDA, fernanda.aranda@grupoestado.com.br

Um mapeamento sobre crimes sexuais contra crianças acaba de ser concluído e revela que os amigos dos pais são os principais agressores. Participaram do estudo 261 menores, residentes em São Paulo, que sofreram esse tipo de violência em 2006. Do total, 27,5% tinham sido vítimas de conhecidos da família. O número de criminosos próximos dos responsáveis pelos pequenos supera as estatísticas dos pais e padrastos que, juntos, representam 25,5% da autoria dos casos (14,3% e 11,2% respectivamente).

A identidade de quem pratica o abuso sexual contra crianças vem à tona por meio dos dados do Sistema de Vigilância de Violência , recentemente implantado pela Secretaria Estadual de Saúde em 64 municípios, incluindo a Capital. Com a notificação feita por médicos e profissionais de saúde dos pacientes atendidos, foi traçado o perfil da violência na infância.

O sistema identificou ainda que a faixa etária entre 10 e 14 anos foi a mais violentada sexualmente, preenchendo 36,8% dos registros. Em segundo lugar aparecem as crianças entre 5 e 9 anos, 27,5% dos casos, seguidas por vítimas entre 0 e 4 anos, com 20,2%. Quando somados, os dois últimos resultam em quase metade do total da estatística (47,7%). 'A menor parcela violentada foi a de adolescentes mais velhas, entre 15 e 19 anos (15,5%). Isso mostra que os criminosos atacam os mais frágeis', afirma a coordenadora do estudo, Vilma Gawryszewsk.

De acordo com Vilma, foi o primeiro resultado do Sistema de Vigilância e, por isso, não é possível fazer análises comparativas. 'Mas o fato de os amigos e conhecidos encabeçarem o ranking de violentadores sexuais foge um pouco do que prega a literatura médica, que sempre apontou os pais e padrastos como principais culpados.'

Para os especialistas em educação sexual, além da falta de defesa dos pequenos, existe um outro fator que contribui para a violência ser cometida contra crianças mais novas. 'Os pais ainda não sabem como conversar com os filhos sobre sexo. Quando um menino ou menina fica submetido a uma situação de abuso, muitas vezes ele nem sabe o que é', explica a diretora do Centro de Estudos de Sexualidade Humana, Maria Helena Vilela.

'Assim como os responsáveis falam que comer verdura é importante, os pais devem conversar sobre o corpo da criança. Explicar que existem partes que são públicas e outras privadas. Qualquer toque que o filho não queira que aconteça, principalmente se for diferente dos que ele recebe na hora do banho, ele tem o direito de dizer não.'

A educadora afirma que a criança precisa ter informações claras porque o abuso nem sempre é apresentado como ameaça. 'Normalmente, os violentadores não são agressivos. Eles criam um ambiente de sedução. O abuso pode ser apresentado como um carinho'.

Ao todo, o Sistema de Vigilância estadual computou 776 notificações de maus-tratos e agressões contra pacientes menores de 18 anos. A violência sexual aparece em segundo lugar na lista de crimes, que equivale a 33,6% dos casos. Esse tipo de abuso só perde para a negligência, que aparece com 264 notificações (34% do total).

ABUSO EM NÚMEROS

27,5%
dos crimes sexuais foram cometidos por amigos e conhecidos da família

15,5%
da violência foi praticada por desconhecidos

14,3%
dos menores foram violentados pelos pais

11,2%
dos casos notificados tiveram os padrastos como agressores

http://txt.jt.com.br/editorias/2007/03/19/ger-1.94.4.20070319.6.1.xml

Jornal da Tarde

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