> Sistema Documentação
> Memorial da Educação
> Temas Educacionais
> Temas Pedagógicos
> Recursos de Ensino
> Notícias por Temas
> Agenda
> Programa Sala de Leitura
> Publicações Online
> Concursos & Prêmios
> Diário Oficial
> Fundação Mario Covas
Boa noite
Quarta-Feira , 15 de Maio de 2024
>> Notícias
   
 
A platéia é um espetáculo


Publicado no Site do Jornal O Estado de São Paulo em 23/03/2007

A platéia é um espetáculo
Eles riem, constrangem, provocam risos e roubam a cena nos shows de humor em cartaz na cidade. Com vocês, os espectadores

Alex Xavier

Primeiro, o calendário da cidade virou piada. ‘Terça Insana’, ‘Humor de Quinta’, ‘Sexta Básica’... Depois, os humoristas esculhambaram com o relógio do paulistano, acertando apresentações para 23h59. Há tanta gente se achando engraçada em São Paulo que agora eles se enfrentam até em campeonato.

No próximo domingo (25), acontece a final do 1º Festival de Cenas Cômicas, organizado pelos Parlapatões. Enquanto isso, os diversos shows de humor em cartaz seguem lotados. Além de ver do que esse povo tanto ri, o Guia descobriu que a própria platéia é um espetáculo. Seja constrangido com um número sem graça ou gargalhando em coro quando o comediante acerta, o espectador é o ponto de apoio de quem está no palco.

“É um jogo que precisa da resposta da platéia”, explica Hugo Possolo, dos Parlapatões. Ele conta que o grupo até deixa uma luz sobre as poltronas, pois os artistas gostam de ver as pessoas. “Dá prazer quando eles riem e um segundo de silêncio após uma piada parece durar horas.” E como as manifestações não estão no roteiro, cabe ao humorista improvisar a seu favor. “Certas situações, como toque de celular, não podem ser ignoradas”, diz Rafinha Bastos, do Clube da Comédia Stand-Up. “Até o fato de uma piada não funcionar pode ser engraçado se você souber usar isso.”

“No Clube da Comédia, a interferência do público ajuda”, diz Marcelo Mansfield. Mas ele lembra que, como o You Tube reúne muitas apresentações de humoristas, já aconteceu de alguém revelar a piada dele no meio do show. “Se a pessoa quer ser parte do espetáculo, a gente precisa saber brincar com isso.”

E quando a platéia parece não achar graça de nada? “Costumamos dizer que nesses dias o público também não teve talento ou que tem algum vodu ali”, diz Marcelo Médici, que está saindo de cartaz com ‘Cada um com seus pobrema’. A seguir, descubra que tipo de espectador é você.

A CULPADA

Ela ri de piada de anão, de homossexual, de judeu... Uma hora, veste a carapuça. Se é perua, por exemplo, e o sujeito fizer graça com a Daslu, olha discretamente para ver quem riu, solta um sorriso desajeitado para se mostrar superior e espera que a próxima gozação atinja outro.

O PALHAÇO

Só porque é o engraçado da turma, acha que merece o palco mais que o comediante. Sente-se à vontade para tentar emplacar comentários depois de cada piada. Claro que ele logo percebe que não pode competir com profissionais e vai guardar suas gracinhas para depois.

O COMPLACENTE

Como todos a sua volta, ele não viu graça na piada. Mas, lá das poltronas do fundo, parece sentir na pele o constrangimento do humorista com o silêncio que segue a piada ruim. Se ninguém riu, meio fora de tempo ele solta um risinho sem jeito, só para dar aquele apoio.

A DEVAGAR

Na segunda piada, ela ainda pensa na primeira. Demora séculos para juntar as peças, ri atrasado e comenta para a pessoa ao lado. Claro que, quando todos riem, ela se sente obrigada a soltar um “rá-rá” também, mesmo que seu cérebro ainda esteja processando a informação.

O DIFÍCIL (OU O VODU)

Parece estar lá para atrapalhar, sentado na primeira fila com o olhar fixo no coitado no palco. Irredutivelmente sério, vai fazer o comediante suar na tentativa de contentá-lo. Nos momentos em que a platéia vai ao êxtase, esboça, no máximo, um sorriso de canto da boca.

A PARTICIPATIVA

As cortinas nem abriram e ela já solta uma risada esganiçada. A cara do humorista basta para levá-la ao delírio. É aquela que responde quando o ator faz uma pergunta retórica para pontuar um número. Depois de roubar a atenção, ficará feliz em ser alvo do improviso do artista.

O AMIGO

Faz o papel do 12º jogador, pronto para rir, tendo graça ou não. Seu 'timming' é perfeito. Parece até ter visto os ensaios também. Já entra na sala sorrindo. E sua gargalhada é tão desavergonhada que alguns vão desconfiar que seja amigo do comediante. Quase sempre, é.

O DESIN

http://txt.estado.com.br/suplementos/guia/2007/03/23/guia-1.93.17.20070323.112.1.xml

Jornal O Estado de São Paulo

Para mais informações clique em AJUDA no menu.

 





Clique aqui para baixar o Acrobat Reader