De nota 4 para 6, só em 15 anos |
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Publicado no Site do Jornal O Estado de São Paulo de 28/3/07 |
De nota 4 para 6, só em 15 anos
MEC quer alcançar até lá a média de países desenvolvidos no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica
Lisandra Paraguassú, BRASÍLIA
A média brasileira no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) está abaixo de 4, em uma escala que vai de 1 a 10, e o Brasil terá como meta alcançar em 15 anos nota 6, faixa em que estão países desenvolvidos. A projeção foi feita ontem pelo ministro da Educação, Fernando Haddad. O índice, cuja elaboração ainda está sendo finalizada pelo Ministério da Educação (MEC) e será usado para estabelecer metas, leva em conta resultados de avaliações, dados de repetência e evasão escolar.
“A meta do País vai ser fixada em 6, que é a média que os países da OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico) teriam nessa escala (Ideb)”, contou o ministro, ao sair de uma audiência pública na Câmara dos Deputados sobre o Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE).
Apesar de parecer pouco, 6 é a média alcançada por países desenvolvidos que fazem parte da avaliação educacional feita pela OCDE, exame do qual o Brasil participa.
ÚLTIMO EM MATEMÁTICA
O Brasil não está entre os 30 membros da OCDE, mas quer entrar até 2022 no grupo dos 20 países mais bem colocados na avaliação criada pela entidade.
A tarefa, no entanto, não é nada fácil. Em 2003, na última edição do teste, chamado de Pisa (sigla em inglês para Programa Internacional de Avaliação de Alunos), o País ficou em último lugar na aprendizagem de matemática, com a pior média entre 40 países. Em leitura, o Brasil ficou em 37º, só à frente de México, Tunísia e Indonésia.
A média dos países da OCDE em leitura é de 494 pontos, enquanto a média brasileira ficou em 403 pontos. Em matemática, a situação é pior: o Brasil alcançou 356 pontos, enquanto os membros da OCDE tiveram média de 496 pontos.
A escolha de 2022 para alcançar a pontuação de um país desenvolvido é simbólica: será o segundo centenário da independência brasileira. Mas, nesse meio tempo, o MEC vai fixar metas para cada dois anos, a serem cumpridas pelo País como um todo, e também metas para os sistemas de educação estaduais e municipais. “A meta nacional tem um caráter simbólico muito grande, mas não é a mais importante. O principal é que cada sistema estadual e municipal faça seu esforço possível para alcançar a sua meta”, disse Haddad. “É ilusório achar que uma cidade muito pobre, com um Ideb de 1,5 a 2, poderá alcançar um patamar educacional de primeiro mundo em 15 anos”, admite.
EVASÃO E REPETÊNCIA
A cada dois anos, no entanto, o MEC cruzará os resultados da Prova Brasil - avaliação nacional feita com todos os alunos da 4ª e 8ª séries do ensino fundamental e, daqui para frente, do 3º ano do médio - com o Censo Escolar, que mostra os dados de repetência e evasão, para definir o quanto o sistema educacional, seja do País, de Estados ou municípios, terá de avançar. Haverá metas para cada uma das três séries. Até abril, o MEC apresenta os primeiros resultados do Ideb e metas.
O ÍNDICE
Como será formado: Será um cruzamento dos dados da Prova Brasil, uma avaliação a ser feita com todos os alunos de 4.ª e 8.ª séries do ensino fundamental e 3.º ano do ensino médio, e os índices de repetência e evasão escolar levantados por município e escola no Censo Escolar
O que medirá: O desempenho dos sistemas educacionais, tanto estaduais quanto municipais, além do resultado da educação brasileira como um todo
Como funcionará: Será refeito a cada dois anos, a cada edição da Prova Brasil, avaliando os resultados de cada sistema e fixando metas para os dois anos seguintes
Para que servirá: Para os governos acompanharem o avanço da qualidade na educação e para verificar quem está rendendo mais e quem precisa de mais supervisão e apoio do governo federal
http://www.estado.com.br/editorias/2007/03/28/ger-1.93.7.20070328.1.1.xml
Jornal O Estado de São Paulo
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