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Morte por dengue: maior que o tolerado


Publicado no Site do Jornal O Estado de São Paulo de 02/04/07



Morte por dengue é 4 vezes maior que o tolerado pela OMS
Brasil tem estrutura deficiente para tratar casos graves; capacitação de médicos e atendimento têm falhas

Lígia Formenti, BRASÍLIA

Apesar de conviver há mais de duas décadas com a dengue, em grandes epidemias ou surtos menos expressivos, o Brasil apresenta frágil estrutura para lidar com a forma grave da doença. A falha se reflete nos altos índices de mortalidade. Neste ano, até 19 de março, tinham sido notificados 75 casos de dengue hemorrágica, com 10 mortes - taxa de mortalidade de 13,3%. O porcentual está muito acima do preconizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) - 3%. Em 2006, o índice no País foi semelhante: 11% dos pacientes com a forma grave da doença morreram.

“A dengue no Brasil ainda é considerada surpresa. E a morte em conseqüência da infecção, fatalidade. Está errado. A morte é perfeitamente evitável”, diz o professor da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul e integrante do comitê assessor do Ministério da Saúde para dengue Rivaldo Venâncio da Cunha.

O médico fala como profissional e paciente. Morador de Campo Grande, capital que registrou entre janeiro e fevereiro cerca de 40 mil pacientes infectados, Cunha há menos de dois meses contraiu a forma hemorrágica da doença, cujos sintomas são dor no corpo e na cabeça, febre alta, manchas avermelhadas na pele e hemorragias pelo nariz e boca. “Com diagnóstico rápido e hidratação, não foi difícil recuperar”, diz Cunha.

A epidemia enfrentada por Campo Grande é a maior no País neste ano e uma das mais expressivas em termos proporcionais. Uma média de 1 caso a cada 18 habitantes. Na epidemia do Rio em 2002, a média era de 1 caso por 46 habitantes. Apesar do grande número de casos, o sistema de saúde não teve muitas dificuldades para tratar dos pacientes, assegura o médico. Um sistema de diagnóstico e triagem foi montado, hospital-dia passou a funcionar 24 horas e só casos graves eram encaminhados para hospitais de grande porte. “É isso que precisa ser feito no resto do País.”

O diretor técnico de Gestão da Secretaria de Vigilância em Saúde do ministério, Fabiano Pimenta, admite ser preciso melhorar a capacitação de médicos e a forma de assistência. “Ofertamos com freqüência cursos de capacitação. Mas enfrentamos um grande problema, que é a rotatividade nos serviços públicos.” Ele afirma que muitos médicos da rede particular não se interessam pelos cursos. Por isso, está prevista divulgação de material educativo a médicos registrados no Conselho Federal de Medicina.

Pimenta também atribui parte da culpa à população, que resiste a procurar assistência médica. Esse também é um argumento usado pelo clínico Sérgio Ferreira, que presta atendimento na UTI de Birigüi e no Pronto-Socorro Municipal de Araçatuba, região do Estado de São Paulo onde casos de dengue hemorrágica estão indo parar na polícia (leia texto ao lado). “Muitos pacientes deixam para cuidar da doença quando já é tarde. Falta orientação”, diz Ferreira. No entanto, essa não é a percepção de Cunha. “Ninguém em sã consciência deixa de tratar algo que pode ser grave. É só lembrar o pânico provocado pela dengue no Rio em 2002. A população fazia fila em hospitais.”

A necessidade de melhor estrutura de atendimento de casos graves de dengue é alertada pela Organização Pan-Americana de Saúde desde 2002. Com o maior número de casos provocados por um tipo de vírus da dengue, maior é o risco de pacientes contraírem a forma hemorrágica. O ideal, dizem especialistas, é o sistema contar com rede de triagem dos casos graves , diagnóstico e encaminhamento. A confusão ocorre porque, embora seja chamada de hemorrágica, nem sempre a forma grave é acompanhada de sangramento. Sem a descrição clássica, médicos dispensam o paciente.

PREVENÇÃO

Em outubro de 2006, o Sistema de Vigilância em Saúde já divulgara um levantamento sobre a concentração de criadouros do mosquito da dengue em cidades consideradas prioritárias. O estudo é feito justamente para ajudar autoridades municipais a concentrar esforços na eliminação de criado

http://www.estado.com.br/editorias/2007/04/02/ger-1.93.7.20070402.1.1.xml

Jornal O Estado de São Paulo

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