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Cavernas brasileiras bagunçam fósseis


Publicado no Site da Globo em 16/04/07

Cavernas brasileiras bagunçam fósseis

Segundo estudo, ossos achados dependem do tipo de subsolo, e não da fauna regional.
Dados também mostram grande variedade de idades para restos preservados.

As cavernas brasileiras representam uma armadilha, e não apenas para os incautos que resolverem se aventurar por elas sem cordas, ganchos, lanternas e um guia experiente. Uma equipe de pesquisadores examinou os fósseis que elas abrigam e concluiu que é enganoso usá-los como indicação do ambiente que existia fora das cavernas -- isso porque o que parece determinar o tipo de fóssil preservado é a própria caverna, e não o ambiente externo.



Saiba mais

O trabalho, coordenado por Augusto Auler, do Instituto do Carste em Belo Horizonte, e por Luís Beethoven Piló, do Laboratório de Estudos Evolutivos Humanos da USP, é um esforço monumental de tafonomia, a ciência que estuda o que acontece com os seres vivos após a morte (incluindo sua transformação em fósseis). Eles estudaram alguns dos principais sítios paleontológicos do Brasil, localizados na Bahia (as cavernas conhecidas como Toca da Boa Vista, Toca da Barriguda, Toca dos Ossos e Toca das Onças) e em Minas Gerais (na famosa região de Lagoa Santa, que é estudada desde meados do século 19).

Muitos pesquisadores tendiam a assumir que o conjunto de fósseis nessas cavernas representava mais ou menos bem as espécies animais existentes fora delas. Além disso, algumas datações sugeriam que esses bichos eram, em geral, fósseis relativamente recentes, que teriam vivido no fim do Pleistoceno (a Era do Gelo, encerrada há cerca de 10 mil anos). O levantamento feito por Auler e Piló coloca ambas as idéias em xeque.


"A conclusão mais importante, na minha opinião, é a grande variabilidade das idades da fauna. E também o fato de que deve haver uma sólida interpretação tafonômica [ou seja, de como esses fósseis se desenvolveram desde sua morte] antes de se fazer qualquer conjectura paleoambiental [sobre o ambiente antigo]. É meio que um alerta para paleontólogos que, em geral, não ligam para a geologia e só querem classificar os bichos", declarou Auler ao G1.

O buraco é mais embaixo
Para poder chegar a essa conclusão, o trabalho exigiu um mapeamento dos vários tipos de cavernas, dos tipos de fósseis encontrados e das datas que poderiam ser atribuídas aos restos. Em síntese, o que os pesquisadores viram é que dá para dividir as cavernas da Bahia e de Minas em dois tipos básicos: as secas e de abertura relativamente pequena e as periodicamente inundadas com aberturas relativamente mais largas.


O curioso é que essa diferença se reflete também numa disparidade entre os tipos de fóssil que aparecem nas cavernas. Os pesquisadores descobriram que o primeiro tipo de gruta normalmente tem só animais pequenos preservados, enquanto o segundo só apresenta animais grandes. "Por que isso, se lá fora existiam animais de ambos os tamanhos?", questiona Auler.

Alguns pesquisadores interpretavam a diferença de espécies fossilizadas como diferença de ambientes ao redor das cavernas. No caso da Bahia ou de Lagoa Santa, no entanto, poucas dezenas de quilômetros separam uma gruta da outra, o que enfraquece a hipótese da diferença ambiental.

Para a equipe, a chave do mistério vem do estado dos fósseis em cada caso. Na Toca da Boa Vista -- seca e de entradas pequenas -- por exemplo, o mais comum é encontrar animais com o esqueleto articulado (na posição em que se encontrava em vida) e praticamente completo. É o caso de um macaco extinto, o Protopithecus brasiliensis. Os pesquisadores inferem que os bichos entraram ali por vontade própria, talvez em busca de abrigo temporário quando feridos ou perseguidos, e acabaram morrendo. "A impressão é que é um ambiente pouco perturbado, que fica parado por muito tempo", conta Luís Piló.


Nas grutas de abertura maior e sinais de contato com água, o cenário é exatamente o inverso: ossos de bichos grandes (como as preguiças gigantes extintas, que chegavam a dimensões próximas de um elefante, e os toxodontes, herbívoros que lembram super

http://g1.globo.com/Noticias/Ciencia/0,,MUL22237-5603,00.html

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