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Christie’s leiloa fósseis do Brasil


Publicado no Site do Jornal O Estado de São Paulo de 17/04/07

Christie’s leiloa fósseis do Brasil
Origem de crocodilomorfo vendido não seria o Uruguai, como alegado, mas o Triângulo Mineiro

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Cristina Amorim

A casa de leilões Christie’s vendeu ontem, em Paris, o fóssil de um crocodilomorfo, réptil com características semelhantes às dos crocodilos de hoje em dia, que teria saído ilegalmente do Brasil. A venda de fósseis brasileiros não é permitida.

No site da casa, o exemplar da espécie Itasuchus jesuinoi é apresentado como proveniente do Brasil ou do Uruguai. Segundo paleontólogos brasileiros, não há animais do tipo desenterrados no país vizinho - ele é encontrado em arenitos do Triângulo Mineiro. A descrição da espécie, publicada em 1955 por Llewellyn Ivor Price, baseia-se em um fóssil retirado da região.

“As características morfológicas são adequadas para crocodilomorfos do Triângulo Mineiro, não do Uruguai. Posso dizer isso com alguma segurança”, afirma o paleontólogo Reinaldo José Bertini, da Universidade Estadual Paulista (Unesp) em Rio Claro, que destaca um achatamento na lateral do crânio. “A gente nunca pode dizer que é impossível (tal espécie ter ocorrido onde está o Uruguai), mas a chance não é muito grande.”

O mesmo diz o presidente da Sociedade Brasileira de Paleontologia, João Carlos Coimbra. “O Uruguai é muito pobre em fósseis.” O I. jesuinoi teria vivido onde hoje fica Minas no Período Cretáceo, entre 65 milhões e 70 milhões de anos atrás. O exemplar leiloado está em bom estado de conservação e o preço estimado, antes de o leilão começar, era de 30 mil a 40 mil.

De acordo com o Departamento Nacional de Produção Mineral, que regula o trânsito dos fósseis no Brasil, não há registro de saída legal de nenhum exemplar de I. jesuinoi do País. Um pedido de estudo do caso foi enviado ao Ministério de Relações Exteriores.

1 MILHÃO DE RENDA

Outros fósseis leiloados ontem são brasileiros, como peixes da Chapada do Araripe, no Ceará, e um pedaço do mesossaurídeo Stereosternum tumidum proveniente de Itapetininga (SP).

Procurada pelo Estado para confirmar a legalidade da venda, a Christie’s limitou-se a dizer, via departamento de comunicação, que tem certificados de origem do material, mas não poderia detalhar em nome de quem eles foram emitidos.

Os fósseis brasileiros fizeram parte de um grande leilão promovido pela tradicional casa. A maior estrela foi um esqueleto inteiro de mamute com 15 mil anos, arrematado por 312 mil, um ovo de dinossauro ( 1.800) e um rinoceronte de 10 mil anos ( 120 mil).

O primeiro leilão do tipo ocorreu em 1997, quando a Sotheby’s vendeu o esqueleto de um tiranossauro. Esse foi o primeiro evento do gênero na Christie’s, e o 1,13 milhão obtidos abre caminho para outros.

A ação provocou debate na França. Cientistas lamentaram a perda dos fósseis para colecionadores, mas viam o leilão como um caminho sem volta. “Não se pode lutar contra um mercado que dá dinheiro”, disse Christian de Muizon, diretor do Departamento de História da Terra no Museu de História Natural, em Paris.


COM THE TIMES

http://www.estado.com.br/editorias/2007/04/17/ger-1.93.7.20070417.10.1.xml

Jornal O Estado de São Paulo

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