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Publicado no Site do Jornal da Tarde em 19/04/07 |
Nomes indígenas
Guilherme Domenichelli*
Dia 22 de abril de 1500, depois de vários dias navegando por mares bravios, a frota de naus e caravelas comandadas por Pedro Álvares Cabral chega às novas terras.
Após alguns dias tiveram o primeiro contato. O capitão Nicolau Coelho foi a terra em um batel e deparou com 18 homens 'pardos, nus, com arcos e setas nas mãos'.
A carta de Pero Vaz de Caminha ao rei de Portugal descreve muito bem. Mas será que fomos mesmo descobertos?
Não. Nosso país já era muito bem habitado por milhares de índios, com costumes e culturas variadas.
Mesmo massacrados no decorrer da história, sem muitas vezes percebermos, os costumes e nomes utilizados pelos verdadeiros brasileiros estão enraizados em nosso dia a dia.
Vários Estados, cidades, bairros, rios, alimentos, etc., recebem nomes tupis (o Estado com maior número de cidades com nomes tupis é o de São Paulo). Exemplos são variados - Araraquara: refúgio das araras; Catanduva: mata dura/cerrado; Jacareí: rio dos jacarés; Tietê: rio muito bom.
Não podemos esquecer nossos animais, a maioria com nomes bem característicos: suçuarana, semelhante à cor do veado; jaguar, aquele que caça; quati, nariz pontudo; paca, sempre atenta; capivara, comedor de capim; sucuri, animal roncador; jacaré, lagarto d'água.
Temos ainda muito o que aprender com a cultura indígena. Eles são auto-suficientes e vivem sabiamente em harmonia com o meio ambiente.
E o significado das palavras caracteriza muito melhor o local ou a espécie animal. Porque, mesmo em Portugal, nossa língua mãe, o tamanduá, que em tupi significa caçador de formigas, é chamado de urso formigueiro, e nós sabemos que de urso o tamanduá não tem nada!
*Biólogo
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Jornal da Tarde
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