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Publicado no Site do Jornal da Tarde em 20/04/07 |
Carolina precisa viver
Arthur Xavier
É compreensível que as novas gerações não saibam quem foi Carolina Maria de Jesus. Ela morreu há 30 anos, praticamente esquecida pelo País. No entanto, a sua trajetória, em especial sua obra, que se resume a um único livro, merece ser sempre celebrada. É dele que queremos falar.
Carolina era mãe solteira de três filhos, semi-analfabeta. Veio de Minas para se instalar na Favela do Canindé, que talvez nem exista mais. Sua profissão era a de catar lixo para separar materiais e vendê-los, com a diferença de que o verbo reciclar não estava na moda. Ela sentiu de perto, na pele, o que era ser mulher negra e pobre em um país predominantemente machista. Sensível, iniciou em 1955 um diário sobre sua difícil rotina. Preencheu cadernos e mais cadernos, que achava no lixo.
Esse diário chegou às mãos do jornalista Audálio Dantas, na época, repórter da revista O Cruzeiro, que editou em forma de livro sob o título Quarto de Despejo. Sucesso de crítica e de público, logo ganhou o mundo, traduzido em várias línguas.
Quarto de Despejo é, na verdade, um grito vindo das entranhas da favela, que tocou a consciência das pessoas. É reportagem, é romance, é a experiência de um grupo humano em certo lugar do tempo, do mundo e da História. É a voz do povo, patética, lírica, forte e sobretudo inesquecível.
Hoje teremos em Cidade Tiradentes a festa da primeira edição do Troféu Carolina Maria de Jesus, criado para homenagear pessoas solidárias e de boa vontade. É nossa forma de manter viva sua memória.
*SUBPREFEITO DE CIDADE TIRADENTES
Carolina precisa viver
Arthur Xavier
É compreensível que as novas gerações não saibam quem foi Carolina Maria de Jesus. Ela morreu há 30 anos, praticamente esquecida pelo País. No entanto, a sua trajetória, em especial sua obra, que se resume a um único livro, merece ser sempre celebrada. É dele que queremos falar.
Carolina era mãe solteira de três filhos, semi-analfabeta. Veio de Minas para se instalar na Favela do Canindé, que talvez nem exista mais. Sua profissão era a de catar lixo para separar materiais e vendê-los, com a diferença de que o verbo reciclar não estava na moda. Ela sentiu de perto, na pele, o que era ser mulher negra e pobre em um país predominantemente machista. Sensível, iniciou em 1955 um diário sobre sua difícil rotina. Preencheu cadernos e mais cadernos, que achava no lixo.
Esse diário chegou às mãos do jornalista Audálio Dantas, na época, repórter da revista O Cruzeiro, que editou em forma de livro sob o título Quarto de Despejo. Sucesso de crítica e de público, logo ganhou o mundo, traduzido em várias línguas.
Quarto de Despejo é, na verdade, um grito vindo das entranhas da favela, que tocou a consciência das pessoas. É reportagem, é romance, é a experiência de um grupo humano em certo lugar do tempo, do mundo e da História. É a voz do povo, patética, lírica, forte e sobretudo inesquecível.
Hoje teremos em Cidade Tiradentes a festa da primeira edição do Troféu Carolina Maria de Jesus, criado para homenagear pessoas solidárias e de boa vontade. É nossa forma de manter viva sua memória.
*SUBPREFEITO DE CIDADE TIRADENTES
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