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Brasileiro prefere ciência à política e cultura


Publicado no Site do Jornal O Estado de São Paulo de 26/4/07

Brasileiro prefere ciência à política, cultura e moda
Pesquisa do governo aponta interesse maior por medicina, saúde, religião e meio ambiente

Giovana Girardi

Os brasileiros se interessam por ciência e tecnologia quase tanto quanto se interessam por esportes - e muito mais do que por arte e cultura, moda e política. Essa é a conclusão de um estudo divulgado ontem pelo Ministério da Ciência e Tecnologia que avaliou a percepção da população sobre os assuntos relacionados ao órgão.

Entre uma lista de nove temas que variaram de moda a religião, os entrevistados elegeram “medicina e saúde” como aquele que mais lhes interessa. Dando notas entre 1 (nenhum interesse) e 3 (muito interesse), a área alcançou a média de 2,52, sendo considerada muito interessante por 60% dos participantes. Em seguida foi citado meio ambiente (nota 2,49). Ciência ficou com média 2,18. Política, em último lugar, teve nota 1,84. Na área, o registro de “nenhum interesse” foi maior que “muito interesse” .

“O resultado nos surpreendeu porque ciência costuma ser vista como uma área muito difícil, mas ela aparece no mesmo nível de assuntos já bem estabelecidos no gosto nacional, como esporte”, comenta o pesquisador Ildeu de Castro Moreira, responsável do ministério pela pesquisa.

O estudo mostra, no entanto, que ainda há um longo caminho a ser trilhado para que as descobertas científicas sejam bem compreendidas pela maioria da população. Entre os entrevistados que disseram interessar-se pouco ou nada por ciência, 37% justificaram que deram essa opinião porque não entendem o assunto.

“Acho que podemos tirar desse dado algumas conclusões: o ensino de ciências precisa melhorar bastante e temos de aumentar a qualidade da divulgação científica na mídia e em outros meios, como museus. A educação é livresca, não traz desafios nem experimentos. Claro que ninguém tem obrigação de gostar de ciência, mas tenho certeza de que esses números vão melhorar quando o ensino ficar mais atraente”, diz Moreira.

“Veja que, quando o assunto é colocado de maneira clara e interessante, ele fascina as pessoas”, complementa o pesquisador. Ele se refere à reação dos entrevistados à pergunta: “Concorda que a maioria das pessoas é capaz de entender o conhecimento científico se ele for bem explicado?” 81% responderam que concordam totalmente ou ao menos em parte.

O governo considera ainda que os dados da pesquisa estimulam a criação de mais museus de ciência. Entre os entrevistados, apenas 4% disseram ter visitado um desses locais nos últimos 12 meses. A principal desculpa, dada por 35% dos participantes, é que não existe nenhum na região onde moram.

“Temos em todo o País cerca de apenas uma centena de museus. E muitos são precários, sem atividades interativas. É algo que ainda precisamos melhorar muito.” Em alguns países europeus, Moreira compara, a taxa de visitação é de 20%.

Ênio Candotti, presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), concorda com a avaliação do governo e chama atenção para a responsabilidade dos veículos de comunicação. “Essa pesquisa revela que a ciência deve ocupar um espaço maior não só nos currículos escolares como na formação contínua do cidadão depois da escola. As pessoas estão interessadas em se atualizar sobre as descobertas científicas”, afirma. Em sua opinião, a mídia deveria manter espaços diários sobre o assunto. “Seriam muito mais lidos que as fofocas do Congresso.”



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Jornal O Estado de São Paulo

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