Governo errou dados de 5% das cidades do País |
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Publicado no Site do Jornal O Estado de São Paulo em 27/04/2007 |
Governo errou dados de 5% das cidades do País
Houve problemas ao processar as respostas dos alunos, explica MEC
Simone Iwasso
Revisão feita pelo Ministério da Educação (MEC) nas tabelas da Prova Brasil, avaliação nacional aplicada pela primeira vez em 2005, mostrou que houve erro na divulgação dos dados de 5% dos municípios que participaram do exame. Isso significa notas diferentes - para cima e para baixo - em 269 cidades das 5.398 que fizeram o teste.
As notas foram apresentadas em junho. Agora, após uma revisão para a elaboração do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), um parâmetro de qualidade das redes estaduais e municipais divulgado oficialmente ontem, o ministério percebeu e corrigiu o erro.
Entre os municípios prejudicados estão algumas capitais, como São Paulo, Porto Alegre (RS), Porto Velho (RO) e Belo Horizonte (MG). Em São Paulo, onde os índices chegaram a ser usados durante a última campanha eleitoral, a correção fez com que a cidade passasse da 20ª posição no ranking das notas obtidas em matemática pelos alunos da 4ª série para o 12º lugar. Em português, o salto foi do 17º também para o 12º.
“Não conheço o ajuste que foi feito, mas é meritório eles descobrirem um erro dessa natureza e corrigi-lo”, afirma o secretário municipal de Educação, Alexandre Schneider. “Acredito que avaliações não devem ser usadas como um mero ranqueamento. Devem ser usadas para perceber onde as coisas vão bem e onde vão mal.”
A mesma variação no ranking ocorreu com Porto Velho - cuja administração é petista -, que subiu oito posições após a correção. Em capitais como Belém (PA) e João Pessoa (PB), a variação foi de apenas 1 ponto. A revisão, nesses casos, não representou mudança na posição das cidades numa lista de melhores desempenhos.
“Esses dados são interessantes, mas não são tão importantes porque variações não são tão grandes e não modificam muito a avaliação que cada secretário pode fazer”, afirma Maria do Pillar, secretária municipal de Educação de Belo Horizonte e presidente da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime). “O que preocupa são esses rankings com melhores e piores, que aparecem na divulgação de resultado. Não acrescenta nada e desestimula os que ficaram em piores lugares”, diz ela.
O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), órgão do MEC responsável pela elaboração dos dados, afirmou em nota que “os problemas detectados tiveram como causa a dificuldade de leitura dos códigos de algumas escolas e municípios e problemas no processamento técnico das respostas dos alunos, especialmente no escaneamento e interpretação eletrônica dos dados”.
De acordo com o Inep, a consulta aos resultados na página do instituto está sendo atualizada. O Inep informa ainda “que o cálculo dos Idebs foi feito já com as informações revistas e que todas as providências estão sendo tomadas para que as inconsistências não ocorram nas edições futuras da Prova Brasil”.
http://www.estado.com.br/editorias/2007/04/27/ger-1.93.7.20070427.8.1.xml
Jornal O Estado de São Paulo
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