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Publicado no Site do Jornal da Tarde em 04/05/07 |
Evolução no museu
Direto do Museu de História Natural de Nova York, chega ao País, pela primeira vez, a mais completa mostra sobre Charles Darwin
LUDMILA AZEVEDO, ludmila.azevedo@grupoestado.com.br
O Masp exibe, a partir de hoje, um conjunto de obras que vai além da pintura, gravura e escultura. Darwin - Descubra o homem e a revolucionária teoria que mudou o mundo recria as principais descobertas do naturalista inglês, que viveu entre 1809 e 1882.
“Antes dele, a percepção que o homem fazia de si próprio era a de ser o centro da criação”, explica Teixeira Coelho, curador da instituição, que é única no Brasil a contemplar a exposição de Darwin, que levou 500 mil pessoas ao Museu de História Natural, em Nova York.
“Queríamos explorar a possibilidade de diálogos abertos desde a mostra que fizemos sobre Freud, em 2000. O que nos moveu, desde as primeiras negociações com o Instituto Sagari, é que tanto a arte quanto a ciência têm como palavra-chave a inovação ”, afirma.
Viagem evolutiva
Poderão ser apreciadas no subsolo do Masp diversas espécies de animais, répteis e flora. Incluem-se iguanas verdes, tartarugas aquáticas, plantas carnívoras e uma coleção de 60 tipos raros de orquídeas. Tudo faz parte do testemunho do criador da teoria evolucionista que guardou sua descoberta revolucionária como um segredo durante 20 anos (a teria foi publicada originalmente em 1859).
Outro destaque é a reconstrução do local de estudo de Darwin, conhecido como Down House. Uma apresentação em vídeo, produzida a partir de mil fotografias, leva os visitantes para uma caminhada virtual, juntamente com o mestre.
O percurso é o caminho de areia que ele criou na área externa da Down House. Este caminho foi um local importante em sua vida: Darwin gostava de passear por ali diariamente, observando, experimentando e pensando.
O espectador conhecerá, ainda, detalhes curiosos da expedição de Charles Darwin a bordo do navio Beagle feita entre 1831 e 1836. Os destinos eram Austrália e América.
O cientista passou forçadamente pelo Brasil numa dessas ocasiões: os ventos fortes levaram a embarcação para o Recife, mas o naturalista não pisou em terra firme.
“Aproveitamos para acrescentar, paralelamente à exposição, uma coleção de aquarelas que remetem àquela época. Elas pertencem ao nosso acervo. Algumas delas estão guardadas por quase 30 anos como Panorama da Baía de Guanabara, de Emerc Essex Vidal”, avisa Teixeira Coelho.
Outro diferencial de Darwin no Masp é uma página original do manuscrito escrito em próprio punho sobre a Origem das Espécies. Esta página, da biblioteca do Museu de História Natural de Nova York, é uma das únicas 28 páginas do manuscrito que existem.
Para a geração vidrada em tecnologia que conhece pouca coisa de Darwin (vale para os crescidinhos que fugiram da aula de Biologia), a dica é aproveitar as sessões interativas no final da exposição.
Um dos computadores traz as características estruturais similares entre baleias, rãs, seres humanos e outras espécies. Outro contém um jogo sobre a seleção natural que permite modificar um ambiente e prestar atenção como a mudança afeta os hábitos alimentares dos pássaros e favorece insetos com determinadas cores e características.
SERVIÇO:
Darwin - Descubra o homem e a revolucionária teoria que mudou o mundo. MASP. Av. Paulista, 1.578. 3251-5644. 4ª, 6ª , sáb e dom, das 9h às19h. 3ª e 5ª, até 22h. R$15. Até 15/7
http://txt.jt.com.br/editorias/2007/05/04/var-1.94.12.20070504.61.1.xml
Jornal da Tarde
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