Bilhete único do idoso: fraude na mira |
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Publicado no Site do Jornal O Estado de São Paulo de 08/05/07 |
Bilhete único do idoso: fraude na mira
SPTrans vai testar sistema para coibir mau uso de gratuidades
Thalita Pires
O sistema do bilhete único vai sofrer nova mudança para coibir fraudes. Desta vez, o alvo são os bilhetes concedidos a idosos e portadores de deficiência, que dão direito à passagem gratuita. Se tudo der certo no período de testes, entre os dias 19 de maio e 2 de junho, o cobrador terá de validar a passagem pela catraca, depois de conferir a identidade do portador. Os locais dos testes ainda não foram definidos. O sistema é idêntico ao usado por quem paga a tarifa ao cobrador.
O objetivo da São Paulo Transporte (SPTrans) é evitar que os bilhetes exclusivos para passageiros especiais sejam usados por quem não tem direito à gratuidade. Em 2006, foram apreendidos 10.800 bilhetes usados em situação irregular. Setenta por cento deles eram usados por familiares do beneficiário. “Embora não tenha havido investigação, podemos supor que a irregularidade tivesse a anuência do dono do bilhete”, afirma José Carlos Nunes Martinelli, diretor de receita e remuneração da SPTrans.
A decisão de combater essa fraude foi tomada depois da avaliação estatística do uso de passagens gratuitas nos ônibus de São Paulo. Em 2006, o número de viagens sem pagamento subiu 50% em média, enquanto a emissão desses cartões subiu apenas 2%. Nas linhas operadas por cooperativas, o número é ainda maior: 80%. “Não podemos saber o quanto desse aumento é fraude, mas os números mostram que o crescimento não é normal”, afirmou o secretário municipal dos Transportes Frederico Bussinger.
Segundo o secretário, uma parte do crescimento pode ser explicada pela contratação de idosos como office-boys. A vantagem é que eles não pagam transporte nem pegam fila nos bancos. “Nós, assim como alguns institutos de pesquisa, detectamos essa tendência. É uma situação perfeitamente legal, mas não explica todo o crescimento.” Estimativa da SPTrans mostra que o prejuízo diário com as gratuidades irregulares fica entre R$ 140 mil e R$ 420 mil - até R$ 12,6 milhões por mês.
Para Oscar Del Pozzo, coordenador do Movimento de Idosos Solidários, a mudança é justa. “Toda maneira de colocar as coisas nos seus lugares é sadia. No fim, quem paga por quem viaja de graça são os outros passageiros.”
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Jornal O Estado de São Paulo
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