Publicado no Site do Jornal da Tarde em 14/05/07

A importância do turismo inclusivo
Comunidade Grupo de adultos com comprometimento intelectual realizam atividades cotidianas para levar uma vida melhor

SAULO LUZ, saulo.luz@grupoestado.com.br

Na intenção de contribuir para a inclusão social das pessoas com comprometimento intelectual, o Centro Israelita de Apoio Multidisciplinar (Ciam), que presta serviços para pessoas portadoras de deficiência mental, está investindo no Turismo Inclusivo. A entidade vem realizando diversas viagens e excursões com residentes com comprometimento intelectual da Aldeia da Esperança, localizada em Franco da Rocha, na Grande São Paulo. “Nós trabalhamos com portadores de deficiência mental há 40 anos e sabemos que eles precisam de atividades que os aproximem de uma vida social comum”, diz Anna Schvartzman, presidente do Ciam.

A aldeia abriga pessoas de variada faixa etária e portadoras de diversos tipos de deficiência mental. “A única exigência é que sejam maiores de 18, pois a idéia é justamente que a pessoa alcance um certo grau de independência”, explica Anna, que conta que o mais novo morador da aldeia tem 18 anos e o mais velho 62.

A aldeia traz um conceito diferente de moradia assistida para o tratamento de pessoas com deficiência mental. Cada residente tem a própria casa e emprego. “Além disso, namoram, casam e viajam, enfim, buscamos oferecer a oportunidade de uma vida mais digna e natural par eles”, conta Anna.

Uma das primeiras viagens foi para o Himalaia, 4.800 metros, chegaram e colocaram as bandeiras de Israel, da Palestina e do Brasil. A partir daí, os residentes realizaram viagens para Porto Seguro(BA), Bonito (MS), Brotas (SP), Búzios(RJ), dentre outros locais. A última delas foi para o Rio de Janeiro, onde foi possível acompanhar o carnaval carioca.

Cadeirante e morador da aldeia há 14 anos, Paulino Jaime Gorenstein, 59 anos, chegou até a desfilar pela Escola de Samba Império Serrano. “Adorei”, diz ele, que tem vontade de viajar para novos lugares. “Eu gosto de viajar para conhecer novas pessoas e lugares”, diz.

Já Daniel Herzberg, de 40 anos, superou um trauma de viajar de avião quando foi para Porto Seguro. Ele que se classifica como ansioso e sofre de esquizofrenia, diz que foi muito bom, mas a viagem que mais gostou foi para Búzios. “Lá, as praias são muito belas”, conta ele que mora na aldeia há 3 anos e sonha voltar para o convívio familiar. “É claro que eu preferiria voltar a morar em São Paulo com meus pais. Mas eu sei que tenho problemas sérios e aqui também é muito bom. Eu faço tudo: trabalho, viajo e tenho a minha casinha.”

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Jornal da Tarde

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