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A importância das artes


Publicado no Site do Jornal da Tarde em 11/06/2007

A importância das artes

BARTIRA BETINI, bartira.betini@grupoestado.com.br

Pesquisa realizada em 2005 pelo instituto Champions of Change, de Chicago, nos Estados Unidos, com estudantes de escolas públicas, revela que aprender artes traz efeitos significativos para a aquisição de conhecimento em outras áreas. O levantamento mostrou também que o envolvimento com as artes permite aos estudantes alcançar níveis mais altos de realização.

Eliana Aloia Athié, doutora em educação pela Universidade de São Paulo, concorda com o estudo e acredita que a arte faz diferença. Ela é uma das autoras da coleção 'O Leitor de Imagens', que trata temas atuais por meio de figuras e estimula crianças e adolescentes a aprender artes.

JT: O que é estudar artes?

Eliana: Acho que a maior riqueza de estudar artes está na possibilidade de ter acesso às imagens da cultura humana. Essas imagens nos contam quem somos, de onde viemos e também para onde vamos, porque a arte é visionária. Ela aponta caminhos, abre janelas nos muros que a realidade levanta diante de nós. Estudar artes é um privilégio que poucos estudantes têm consciência, não por culpa deles, mas porque a escola não promove esse saber como promove outros.

A arte ajuda no desenvolvimento do aluno em sala de aula?

Sim. Do mesmo modo como a matemática, a língua portuguesa e a educação física. Ou seja, pondo à disposição uma linguagem que ele usará para combinar com outras, para interagir com o mundo, para expressar e comunicar idéias, sentimentos e se conhecer melhor.

Como o professor deve ensinar artes?

Antes de mais nada, ele precisa acreditar no poder que a arte tem para transformar a realidade e ter experimentado esse poder em sua vida, na prática. Um professor de artes, porém, tem de lutar contra uma realidade ainda mais difícil porque na escola focada no vestibular que está aí, o seu saber é considerado secundário e é desvalorizado em termos de tempos e espaços, pois não cai no vestibular. E os próprios alunos são condicionados por esse estigma. É exatamente o oposto disso. A arte não precisa de salvaguardas para ter valor. Ela é um valor em si mesma.

Estudantes devem aprender artes apenas em educação artística?

Não, porque a arte fala de tudo: história, geopolítica, filosofia, literatura, matemática e até geometria. São entressaberes, como diria Gilbert Durand. A escola geralmente explora pouco e só tem a perder com essa resistência em conceder um protagonismo. O potencial interdisciplinar das imagens da arte é infinito. Ela é um saber que 'costura' os outros saberes, oferecendo caminhos para flexibilizar as rígidas separações entre as disciplinas escolares.

Quais habilidades são desenvolvidas com mais facilidades ao estudar artes?

Imaginar é a mais importante. Os inventores, cientistas, políticos que realmente fazem diferença para melhor são também grandes 'imaginadores', ou seja, criadores de imagens em que projetam hipóteses, cenários futuros, soluções emergenciais. Há, ainda, as habilidades narrativas, analíticas e interpretativas, que podem, no mínimo, contribuir muitíssimo para enriquecer conteúdos de todas as outras disciplinas.

Tem idade certa para aprender cada tipo de arte?

A arte está acima e abaixo de todas as categorias, de faixa etária, de sanidade mental, de gênero, de condição socioeconômica e de etnia. Tanto assim que nascemos leitores de imagens muito competentes. A expressão do rosto de nossa mãe, o desenho do livro de histórias, o logotipo do caminhão, tudo é texto para nós, quando a escola ainda não nos ensinou que textos são feitos somente de letras que formam palavras, frases e parágrafos. Diante da palavra escrita, é preciso estimular o olhar para as imagens, todas elas, do anúncio ao grafite, da pichação ao paisagismo do parque, do desenho animado ao álbum de fotos da família. Isso para o bem da própria palavra escrita, que precisa da imagem para respirar, para se reinventar. E a imagem facilita a compreensão para quem está aprendendo a ler e escrever. O olhar da criança é, por n

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