Escola reduz repetência e evasão |
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Publicado no Site do Jornal da Tarde em 20/06/07 |
Escola reduz repetência e evasão
Projeto de rádio em escola pública ajuda a manter os alunos na sala de aula, além de os incluir socialmente
BARTIRA BETINI, bartira.betini@grupoestado.com.br
A repetência é um dos grandes problemas do ensino público brasileiro e, calcula-se, que a taxa nacional seja de 21%. Outro grave problema que afeta o desempenho educacional de nossas crianças e adolescentes é a evasão escolar, que, na rede pública, é em torno de 19,5%.
Mudar esse cenário na educação brasileira é um dos grandes desafios dos educadores. Maria Nélia Helcias Moura Vasconcelos, hoje diretora da Escola Estadual de Ensino Médio Júlio França, do interior do Ceará, vem, desde 2004, colocando em prática um projeto nas escolas que dirige, cujos resultados têm lhe mostrado que está no caminho certo. “Na Escola Bela Cruz, a primeira que implantei o projeto de rádio, a repetência baixou 10% em dois anos. A evasão escolar também caiu nesta escola e já percebo, na Júlio França por exemplo, onde o projeto iniciou há pouco tempo, menos crianças abandonando a sala de aula. Os dados computaremos no fim do ano.”
Para a diretora, outras conquistas devem ser destacadas. “O rádio possibilitou aos alunos deixarem de ser apenas consumidores de produtos culturais para se incluírem socialmente como sujeitos que pensam.”
Aluno voluntário
O projeto na Escola de Ensino Fundamental Bela Cruz , a 230 quilômetros do Recife, deu tão certo que, quando a escola foi municipalizada, a diretora não titubeou em levá-lo para a Estadual de Ensino Médio Júlio França. “Os 65 alunos que terminaram a 8ª série no ano passado na Bela Cruz vieram comigo e deram início ao projeto de rádio.” Atualmente, participam do projeto três estudantes por turno, que se revezam semanalmente. “Tem aluno que fica além do seu horário de aula ajudando a organizar o equipamento e a escolher a programação.”
A rádio funciona sempre na hora do intervalo. “A programação é diversa, desde forró até música religiosa, todas escolhidas pelos próprios alunos voluntários. Os demais participam enviando recados para colegas ou escrevendo alguma notícia e isso ajuda a aprimorar o texto. E, na maioria das vezes, os alunos pedem para o professor corrigir e orientar antes.”
As diferentes equipes envolvidas elaboram programas sobre eventos e reuniões da escola, apresentam quadros musicais e humorísticos, lêem textos para reflexão, fazem a divulgação falada do jornal “Primeiras Letras”, socializam atividades realizadas em sala de aula e prestam contas das ações da escola para a comunidade.
Elias Freitas, de 17 anos, um dos voluntários, conta que sua grande paixão é o programa de rádio. “Ele me ajudou a diminuir a timidez e fico ansioso para ir a escola e poder escolher que música vou colocar na programação”, conta.
http://txt.jt.com.br/editorias/2007/06/20/opi-1.94.8.20070620.9.1.xml
Jornal da Tarde
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