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A eterna paixão por livros


Publicado no Site do Jornal da Tarde em 25/06/07

A eterna paixão por livros

MARIA REHDER, maria.rehder@grupoestado.com.br

O governador José Serra, na semana passada, voltou a destacar a importância de as escolas terem bibliotecas, para que os estudantes tenham acesso aos livros.

Mas o que será que pensa o bibliófilo José Mindlin, que ao longo dos seus 92 anos acumulou mais de 31 mil títulos literários e atualmente ocupa a cadeira 29 da Academia Brasileira de Letras (ABL), sobre o assunto. Em entrevista exclusiva à coluna Pais & Mestres, ele reconhece a necessidade de se ter boas bibliotecas nas escolas públicas brasileiras, mas fez questão de destacar que são os professores de sala de aula e os pais quem têm o papel fundamental na motivação das crianças para o hábito da leitura.

No ano passado, Mindlin formalizou a doação de seu acervo, intitulado Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin - que inclui o original de Grande Sertão: Veredas, de Guimarães Rosa -, para a Universidade de São Paulo (USP)

JT - Muitas escolas estaduais não conseguem manter suas bibliotecas abertas nos três períodos por causa da falta de um bibliotecário ou de um professor que fique responsável por cuidar e manter o local. Como o senhor avalia essa situação?

Mindlin - Acredito que esse seja um problema, mas se todos os professores gostassem de ler e transmitissem esse gosto para os seus alunos, o problema estaria resolvido. Assim, não acredito que o problema possa ser solucionado apenas com biblioteca, bibliotecário ou professor de biblioteca. É preciso que todos os professores de uma escola sejam preparados para motivar os alunos a lerem. A coisa é muito mais ampla do que a sala de leitura em si.

JT - E basta o professor dizer que ler é algo bom e importante para incentivar os alunos ao hábito da leitura?

Para o professor conseguir que os alunos leiam tem de se tornar amigo dos alunos, tem de ler em voz alta em suas aulas, fazer com que seus alunos leiam em voz alta, comentem os livros, contem histórias. Inclusive eu sugeri ao Geraldo Alckmin, quando ele era governador de São Paulo, que no currículo das escolas públicas fosse incluída uma hora/aula de leitura livre que não valesse nota, mas fizesse os alunos descobrirem o prazer na leitura. Isso transformaria o livro em fonte de prazer. Uma outra boa forma de motivar os alunos é proibir a leitura de certos livros em casa. Quando a criança vem e pega um livro, os pais podem dizer: “Não, ainda é cedo para você ler este livro.” Pode ter certeza de que a criança no dia seguinte vai ler a obra rapidinho.

JT - Existem outras formas de os pais despertarem a paixão pelos livros em seus filhos?

Eu tive a sorte de crescer em um ambiente cultural. Tínhamos uma biblioteca em casa com bons livros, mas o meu pai, por exemplo, era apaixonado por artes visuais, artes plásticas. Essa paixão eu herdei, só que a dirigi para os livros, para a leitura. Quando eu levava as minhas crianças para a escola, elas tinham de estar lá às 7h15. Eu encostava o carro embaixo de uma árvore e ficava lendo até as 8h45. Só depois eu ia para o escritório. Naquela época não havia celular, não havia assalto. Acredito que os pais são fundamentais na educação dos filhos, mas sei que há muitos que não tiveram nenhum incentivo para ler, e há muitos que estão aprendendo com os filhos. No entanto, eu acredito muito em programas, sejam de governos ou de escolas, que permitam que as crianças levem os livros para a casa, pois é muito importante que os pais também tenham acesso aos livros.

JT - E o senhor acredita que formou bons leitores?

Sim, tenho 4 filhos e acredito que são bons leitores. No contexto do nosso país, acredito que a inclusão social se faz por meio do livro. Esse é o começo de qualquer processo de adaptação da grande massa na sociedade. É por isso que também participo do programa “São Paulo, um Estado de leitores”, que foi criado em 2003 para zerar o número de municípios sem bibliotecas e promover ações de incentivo à leitura. JT - Atualmente, qual livro o senhor está lendo?

Até há pouco tempo eu lia em média três livros por sema

http://txt.jt.com.br/editorias/2007/06/25/opi-1.94.8.20070625.9.1.xml

Jornal da Tarde

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