A difícil tarefa de melhorar o ensino |
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Publicado no Site do Jornal da Tarde em 02/07/07 |
A difícil tarefa de melhorar o ensino
Novos dados sobre a qualidade do ensino confirmam, conforme mostra reportagem de O Estado de S. Paulo, que, apesar dos esforços feitos, ela continua muito abaixo do que é necessário para oferecer ao Brasil as condições de pelo menos se aproximar dos países desenvolvidos nesse setor-chave.
Só 160 das nossas 55 mil escolas públicas – modestíssimo 0,2% – têm Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) igual ou superior a 6,0 numa escala de 0 a 10, o que faz com que atinjam a média de qualidade do ensino dos países da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
A classificação foi feita a partir de dados do Ideb por escola divulgados pelo Ministério da Educação. A comparação com os países da OCDE é possível porque o governo projetou o Ideb para outros países, para isso levando em conta a participação em avaliações internacionais, a exemplo da que mede conhecimentos de leitura, matemática e ciência.
A existência de um número ainda que muito reduzido de escolas públicas de bom nível demonstra que os avanços são possíveis. Entre elas, há algumas de nível excelente, como uma situada no interior do Estado do Rio de Janeiro – a Escola Prof. Guiomar Gonçalves Neves, em Trajano de Morais, a melhor do País, com Ideb de 8,5 – e outra no interior de São Paulo, em Matão, a Escola Municipal Helena Borsetti, com Ideb de 7,3.
Embora esse seja um dado animador, a mostrar que nem tudo está perdido, a situação é altamente preocupante. Sobretudo se levarmos em conta que todas as pesquisas recentes são igualmente pessimistas. Estudos divulgados no princípio do ano sobre o ensino fundamental e médio indicaram que o desempenho do alunos piorou nos últimos dez anos. Ou seja, isso ocorreu justamente nos dois mandatos de Fernando Henrique Cardoso e no primeiro de Luiz Inácio Lula da Silva, provavelmente os governos que mais fizeram para ampliar o acesso à escola e para melhorar o aperfeiçoamento e a remuneração dos professores.
Isso significa que o atraso acumulado é muito grande e que é imperioso insistir nessa linha, investindo ainda mais em educação e gastando melhor. Na sociedade do conhecimento em que vivemos, sem a melhora do ensino estaremos irremediavelmente condenados ao atraso.
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Jornal da Tarde
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