Publicado no Site do Jornal da Tarde de 04/07/07

MEC recebe relatório do déficit
Conselho Nacional de Educação alertou ministro sobre a falta de 246 mil professores

MARIA REHDER, maria.rehder@grupoestado.com.br

O ministro da Educação, Fernando Haddad, recebeu ontem, em Belém, Pará, o relatório produzido pelo Conselho Nacional da Educação dando conta que há um déficit de 246 mil professores no Ensino Médio das escolas públicas brasileiras, conforme adiantado pelo JT.

Na ocasião, a implantação da Universidade Aberta do Brasil (UAB), cujo objetivo é aprimorar a formação profissional dos professores, foi apontada pelo ministro como uma das iniciativas do MEC para superar esse déficit de professores . No entanto, de acordo com a Assessoria de Imprensa do MEC, o ministro não comentará as propostas do relatório, que podem reduzir a escassez de professor, até a avaliação do material na íntegra.

A presidente da Câmara de Educação Básica do CNE, Clélia Brandão, destaca que o ministro recebeu bem as propostas apresentadas. “Só a UAB não resolverá o problema, mas acredito que esta seja fruto de discussões anteriores sobre o déficit, pois o MEC já tomou conhecimento desse problema anteriormente, porém, ainda continua . O ministro nos garantiu que a partir do segundo semestre, discussões sobre o déficit de professores serão prioridades.”

Conseqüências

Segundo Doulgas Belchior, coordenador da ONG Educafro, o apagão do ensino médio é realidade em São Paulo. “No fim do ano passado, ouvimos 200 alunos de ensino médio de escolas públicas e todos eles tinham sofrido a falta de professores. Por causa deste problema, muitos tinham aulas de química, física com professores de outras disciplinas.Ou seja, tiveram notas no boletim sem ao menor terem freqüentado a aula.”

Douglas destaca que o déficit de professores no Ensino Médio interfere diretamente na qualidade de ensino oferecida pelas escolas públicas. “Os alunos que ficam sem professor, saem da escola pública sem base e desestimulados a entrar na universidade.Dos nossos 9 mil alunos de São Paulo, apenas 3% ingressam na universidade pública. É neste contexto que as escolas públicas de Ensino Médio ainda ainda deixa a desejar por muitos fatores, entre eles: falta de professor.”

DADOS DO ESTUDO

>>O Ministério da Educação (MEC) deveria ter garantido a formação de 55.231 professores de Física na década de 1990, no entanto, só foram licenciados 7.216. Em Química, a demanda era a mesma, mas só 13.559

>>Não há número suficiente de professores para atender a demanda da universalização do acesso ao Ensino Médio

>>E a conclusão do Ensino Médio é fundamental para o ingresso ao mercado de trabalho. Com 4 anos de estudo ampliam 33% da renda de um trabalhador; com 8 anos de estudos, o impacto chega a 55%

>>Acesse o relatório na íntegra no Portal do Estadão

http://txt.jt.com.br/editorias/2007/07/04/opi-1.94.8.20070704.12.1.xml

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