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Cresce eficiência de ação antitabagista


Publicado no Site do Jornal O Estado de São Paulo de 10/07/07

Cresce eficiência de ação antitabagista
Em dez anos, proporção dos que buscaram ajuda e abandonaram o cigarro aumentou de 40% para 70%

Teste seu vício em nicotina

Andréa Portella

Levantamento feito pelo Hospital A.C.Camargo com os pacientes atendidos em seu Grupo de Apoio ao Tabagista (GAT) mostra que, em dez anos - de 1996 a 2006 -, houve aumento de 40% para 70% no sucesso do tratamento para abandonar o cigarro. Nesse período, foram atendidas 5 mil pessoas. A explicação está nos recursos farmacológicos disponíveis no mercado nos últimos anos.

O GAT surgiu em 1996. “Não tínhamos as mesmas ferramentas para tratar a abstinência”, conta a coordenadora do grupo, a psiquiatra Célia Lídia da Costa. “No máximo, dávamos um calmante.” Naquela época, adesivos de nicotina eram importados e caros.

Nos últimos seis anos, surgiram os antidepressivos usados no tratamento de fumantes. Segundo Célia, estudos mostram que existe uma prevalência maior de depressão entre fumantes. “Muitas vezes, a retirada da nicotina desencadeia um quadro depressivo”, explica. “Isso derruba aquele mito de que as pessoas não param de fumar porque não têm força de vontade.”

De acordo com a psiquiatra, o antidepressivo pode ser usado porque existe mesmo um quadro de depressão ou para “substituir” o cigarro. “Esses medicamentos novos agem no organismo no mesmo local onde a nicotina age.”

Um aposentado de 57 anos que freqüentou o grupo do hospital teve de tratar um quadro de depressão antes de abandonar o vício. Ele procurou o GAT em 2003, mas só parou de fumar em outubro do ano passado. “Fiquei sem trabalho, tive problemas de coluna e acabei ficando deprimido”, conta. Ele usou antidepressivos e adesivos para largar o cigarro - eram entre 20 e 30 por dia. “Hoje, me sinto vitorioso”, diz.

Nos casos mais simples, o GAT oferece cinco semanas de tratamento, que envolvem consultas com um psiquiatra e terapia de orientação comportamental. “É como se as pessoas que fumam tivessem sido adestradas para isso”, esclarece Célia. “A terapia usa técnicas para desfazer esse adestramento.” A médica conta que existem pacientes que não sabem o que fazer com uma das mãos quando não têm um cigarro ou até mesmo têm a impressão de que o carro não vai ligar se não acenderem um cigarro.

DESESPERO

A dona de casa Maria Alfredina Costa da Silva sabe bem como é difícil imaginar a vida sem seus cigarros. Antes de fazer parte do GAT, há três meses, ela havia tentado parar de fumar 12 anos atrás. “Tenho um filho que tem bronquite e tentei largar o cigarro pela saúde dele”, conta. “Nem por um filho eu consegui. Lembro que sentei, desesperada, e fumei vários cigarros, um atrás do outro.”

No grupo, ela foi descobrindo quais os motivos que a levavam a acender um cigarro. “É como se ele ajudasse a resolver um problema.” Essa perspectiva começou a mudar quando ela, finalmente, criou coragem para procurar ajuda. Maria reduziu o consumo de 20 para 10 cigarros diários.

Cuidando da mãe de 85 anos, que tem câncer, diz que vai largar o vício aos poucos - com a ajuda de antidepressivos. “Vou dar esse presente para minha mãe.”



http://www.estado.com.br/editorias/2007/07/10/ger-1.93.7.20070710.9.1.xml

Jornal O Estado de São Paulo

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