Uma boa aula de inglês na periferia |
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Publicado no Site do Jornal da Tarde em 13/07/2007 |
Uma boa aula de inglês na periferia
Mesmo sem receber material didático e ter salas de aulas lotadas, a professora Irene Izilda da Silva desenvolve atividades diferenciadas
MARIA REHDER, maria.rehder@grupoestado.com.br
O Jornal da Tarde publicou ontem reportagem sobre os desafios enfrentados por professores de inglês da rede pública de ensino para lecionar, como não receber material didático nem capacitação específica e às vezes ter de atender à demanda de salas com 40 alunos. No entanto, há professores que, mesmo inseridos em tal contexto, provam que é possível dar uma boa aula de inglês como Irene Izilda da Silva, que há mais de 10 anos atua em duas escolas públicas: EE Manoel Tabacow Hidal e Emef Mario Schonberg, ambas na periferia da Capital.
Formada em Letras, Ciências Contábeis e Pedagogia, com mestrado em Lingüística, Irene conta que atuar na rede pública é a sua paixão. “Trabalhei como secretária bilíngüe, mas logo vi que eu gostava mesmo era de dar aulas, então decidi trabalhar em escola pública.”
Foi quando Irene ingressou nas escolas do Jardim Pedreira, Zona Sul, e não saiu mais dali. “Desde pequena ouvia Frank Sinatra. Todos falavam que eu tinha facilidade com o idioma e decidi ser professora. Porém, tinha de ser na periferia para eu poder desenvolver um trabalho que levasse em conta a realidade dos que têm poucos recursos e motivasse os alunos a aprender outra língua.”
Dificuldades
No começo da carreira, Irene se sentia despreparada para dar aulas. “Aos poucos ganhei a confiança dos alunos, mas foi um curso da PUC voltado para professores de inglês da rede pública que me ajudou a aprimorar as aulas.”
Irene, que dá aulas das 7 h às 23 h, ainda encontra tempo para se reunir com um grupo de mais 30 professoras para discutir as práticas pedagógicas. “Tenho turmas com 40 alunos, às vezes até mais, confecciono o material que uso em aula, mas isso não impede meus alunos de aprenderem o inglês.”
As aulas
Os alunos sempre opinam na maneira de Irene dar aula. “Chamo de ‘one minute paper’ o momento em que eles escrevem em inglês o que aprenderam, se gostaram da aula.”
Com os mais jovens, Irene trabalha a diversidade cultural por meio da confecção de cartões-postais. “O professor de Arte trabalha a montagem dos cartões e eu os motivo a escreverem em inglês.Também debatemos a cultura africana. Os alunos de Ensino Médio adoram ler Martin Luther King e ouvir Bob Marley. Ao usar a realidade deles, o aprendizado é facilitado.”
Os interessados em trocar experiências com Irene podem enviar um e-mail: irisgirafa@gmail.com.
CURSOS GRÁTIS
CULTURA INGLESA
Em parceria com a PUC-SP, a Cultura Inglesa oferece cursos gratuitos de aprimoramento da língua inglesa e extensão cultural a professores das redes municipal e estadual de ensino. Os docentes treinados devem atuar, após o encerramento do curso, como multiplicadores com outros professores e, uma vez por mês, realizarem oficinas. Informações pelo site.
ALUMNI
A Alumni oferece programa gratuito para capacitação de professores de inglês que atuam em escolas públicas da rede municipal desde 1996. A partir de 2007, por meio de convênio com a Pró-Saber, o programa passou a atender também professores de escolas estaduais. A capacitação inclui discussões em metodologia, desenvolvimento de planos de aulas, bem como aplicação destes nas escolas. Informações pelo site.
http://txt.jt.com.br/editorias/2007/07/13/opi-1.94.8.20070713.11.1.xml
Jornal da Tarde
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