> Sistema Documentação
> Memorial da Educação
> Temas Educacionais
> Temas Pedagógicos
> Recursos de Ensino
> Notícias por Temas
> Agenda
> Programa Sala de Leitura
> Publicações Online
> Concursos & Prêmios
> Diário Oficial
> Fundação Mario Covas
Boa noite
Quinta-Feira , 01 de Maio de 2025
>> Notícias
   
 
É preciso formar leitores


Publicado no Site do Jornal da Tarde em 16/07/07

'É preciso formar leitores'

MARIA REHDER, maria.rehder@grupoestado.com.br

Os pais devem ter consciência de sua importância no processo de aprendizagem dos filhos. Este é o alerta do escritor, pintor, cartunista, jornalista e teatrólogo Ziraldo, que ainda ressalta a necessidade de os governantes colocarem a educação como prioridade na criação de políticas públicas. Em entrevista concedida ao Jornal da Tarde, ele ainda faz críticas ao término da antiga divisão de ensino - primário, ginásio e colegial - e traz dicas de como os educadores podem usar as histórias em quadrinhos como grandes aliadas para motivar o hábito da leitura.

JT: Qual a importância do uso de histórias em quadrinhos na escola?

Ziraldo: Estimular a curiosidade. Cada quadrinho foi para mim uma janela aberta para o mundo. Acho que continua funcionando assim. É preciso, porém, que o professor também goste de histórias em quadrinhos. Acredito que uma história ilustrada exerce mais fascínio sobre crianças do que sem ilustração. Se isto é certo, fica explicado o sucesso das histórias em quadrinhos, que têm mais ilustração por centímetro quadrado do que qualquer livro apenas ilustrado.

Há uma forma correta de usar os quadrinhos em sala de aula?

Ler para os alunos! Ler com os alunos! Leitura compartilhada, este é o segredo, seja para histórias em quadrinhos, seja para livro de texto. Brincar de criar uma história em quadrinhos é estimulante. Desenha a criança que se sente melhor desenhando. Escreve a que gosta mais de escrever. Por favor, não transformem a leitura em dever!

Como você cria histórias?

Sabe que não sei quando uma história começa a surgir? Só sei que, quando ela ocorre, a gente deve anotar logo. O processo criativo pode estar na própria natureza, no cotidiano, na página de um jornal. Quem entende de samba é sambista. Acho que inspiração é isso: você olha para uma coisa corriqueira e diz, como ele: isso dá samba!

Como surgiu a sua primeira história em quadrinhos?

Em 1960, surgiu a possibilidade de fazer histórias em quadrinhos na revista O Cruzeiro, que era o que eu sempre quis fazer, até aquela data. Criei o Pererê e sua turma e durante cinco anos a revistinha vendeu muito. Em 1964, a revista parou. Em abril. O mês do golpe militar. Ah, sim: eu já havia passado toda a minha infância recordável desenhando minha história em quadrinhos.

Sua família teve importante participação no seu hábito de leitura?

Eu era pequenininho, devia ter uns quatro ou cinco anos, quando minha mãe mandou buscar meu ‘companheiro’ para tirar foto com meu irmão caçula. Não sabia que companheiro podia ser este. Levei um susto quando ela trouxe um livrinho todo surrado para aparecer comigo na foto. Acho que já gostava de livros, ainda que não soubesse ler. Minha casa era cheia de livros. Mamãe gostava muito de ler e sempre falava que o sonho dela era conseguir dinheiro para comprar para mim o “Tesouro da Juventude”, coleção de livros que se vendia a prestações e que era o desejo das crianças do meu tempo.

Qual é a sua sugestão para pais e professores formarem leitores ?

Passei mais de vinte anos atrás dessa resposta. Até encontrá-la. Juro! Para que a criança goste de ler, leia com ela, leia para ela. Histórias para crianças eram chamadas - na época que não havia televisão, cinema e nem rádio -, pelo menos na Inglaterra, um país de leitores, de bedtime stories. Os pais e os educadores não podem fazer idéia de como é importante a presença do que se pode chamar de literatura na vida de seus filhos e alunos. Vamos deixar de falar em literatura e falar de livros. Livros de histórias, livros que contam casos, que despertam a curiosidade das crianças para o mundo. Para fazer um país justo, bom para os filhos e os filhos dos filhos, um povo tem de saber refletir, discernir, escolher. E só se aprende isso por meio da palavra escrita.

O que leva os brasileiros apresentarem sérios problemas de interpretação de textos, detectadas nas avaliações nacionais de educação?

O problema é dos conceitos que orientam o Ensino Fundamental

http://txt.jt.com.br/editorias/2007/07/16/opi-1.94.8.20070716.12.1.xml

Jornal da Tarde

Para mais informações clique em AJUDA no menu.

 





Clique aqui para baixar o Acrobat Reader