Educação para garantir o futuro |
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Publicado no Site do Jornal da Tarde em 17/07/2007 |
Educação para garantir o futuro
Empresários trazem exemplos de como a falta do acesso à uma educação básica de qualidade impacta na trajetória profissional dos cidadãos
MARIA REHDER, maria.rehder@grupoestado.com.br
Antonio Matias estudou em escola pública e seus pais não freqüentaram os bancos escolares. Mesmo com esse histórico, hoje, aos 59 anos, ele ocupa um dos cargos mais cobiçados no universo corporativo: é vice-presidente do Banco Itaú.
A trajetória de Matias é prova de que o acesso à educação de qualidade, atrelada à participação direta dos familiares no desempenho escolar, pode fazer toda a diferença no processo de formação das crianças e também na conquista de boas oportunidades no futuro.
“A cobrança de meus pais por uma educação de qualidade foi determinante para minha trajetória profissional. Minha mãe era analfabeta, meu pai se alfabetizou sem estudo formal, mas, em relação aos filhos, sempre cobraram os estudos, até pós-graduação fizeram questão de que eu concluísse.”
Na opinião de Matias, os familiares têm papel fundamental na formação das crianças. “Só concluir a escola não é garantia de que os jovens conseguirão o emprego. O que falta é qualidade. Para trabalhar nas agências do banco Itaú como caixa só é exigido o 2º grau completo, mas são universitários que ocupam as vagas. Se o cidadão tiver ensino de qualidade, quando terminar o Ensino Médio poderá ocupar essas vagas.”
Para o presidente da DPaschoal, Luís Norberto Pascoal, 60, a falta de ensino de qualidade impede o desenvolvimento de muitos cidadãos no trabalho. “É um sério problema: o indivíduo consegue emprego por ter a escolaridade exigida, mas não se mantém, pois falta a base da escola.”
No caso da DPaschoal, empresa que emprega mais de 5 mil pessoas, uma das conseqüências da educação de má qualidade no Brasil foi o aumento da rotatividade de pessoal. “Nos últimos anos nossa rotatividade triplicou, saltando de 2,5% ao ano para 7,5%. Temos profissionais que não conseguem assimilar o que lhes é passado no treinamento, por isso, eles não se mantêm por mais de seis meses na empresa.”
Segundo José Soares Martins, presidente do Instituto Gerdau - braço social do Grupo Gerdau, produtora de aço que emprega 23 mil pessoas -, mesmo para ocupar posições chamadas de “chão de fábrica” é preciso boa base educacional. “Quem ocupa tais cargos têm de operar máquinas com alto nível de complexidade e, sem educação básica, têm dificuldades.”
Martins cita um exemplo. “Quando adquirimos a Gerdau AçoMinas em 1998, 25,5% dos 5,2 mil funcionários não tinham concluído o Ensino Fundamental. Hoje, o porcentual é de 0,7. Mas para isso tivemos de oferecer bolsas para que os funcionários concluíssem os estudos e conseguissem se manter na empresa.”
DICAS PARA PAIS E RESPONSÁVEIS
>>No início do ano letivo, ao matricular a criança, os pais devem ter conhecimento do calendário escolar. As escolas precisam garantir pelo menos 200 dias letivos, com um mínimo de 4 horas de aula por dia, descontados os recessos e férias escolares. Isso é lei.
>>Não basta mandar as crianças para a escola, elas têm de aprender de fato o que está sendo ensinado. Se for verificado desempenho fraco, procure o professor para saber o que está acontecendo. Se seu filho tem boas notas, estimule-o a querer aprender mais.
>>Evite faltas desnecessárias.A freqüência do aluno na escola é a condição básica para ele aprender.
>>A família tem o direito de conhecer o que seu filho vai aprender a cada bimestre e ao longo do ano.
>>Procure conhecer também o Regimento Escolar.
>>Participe das reuniões da escola . Você não deve, porém, ficar calado. Dê sua opinião e também incentive outros pais a participar
Mais informações pelo site Todos Pela Educação.
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