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Quando o cego vai à universidade


Publicado no Site do Jornal da Tarde em 26/07/07

Quando o cego vai à universidade
São poucas as instituições de Ensino Superior que estão preparadas para receber deficientes visuais e integrá-los à vida acadêmica

SAULO LUZ, saulo.luz@grupoestado.com.br

Apesar do acesso ao ensino superior no Brasil ter aumentado consideravelmente nos últimos anos (150% entre 94 e 2004), para a maioria dos portadores de deficiência visual este é um sonho distante. Isso porque, além da escassez de vagas na universidade pública e do alto custo das particulares, são poucas as instituições que estão preparadas para recebê-los e integrá-los à vida acadêmica.

Ou seja: para quem é deficiente visual, concluir um curso é uma verdadeira batalha. Os problemas começam já no exame de vestibular. A lei assegura que a prova seja elaborada com letras ampliadas para pessoas com baixa visão e em braile para cegos. “Só que, quando o cego chega, não tem prova em braile nenhuma e a única opção é fazê-la oralmente”, conta João Álvaro de Moraes Felippe, coordenador de Programas Especiais da Associação Brasileira de Assistência ao Deficiente Visual (Laramara) e professor universitário que trabalha ativamente na familiarização dos deficientes visuais nas instituições.

Na opinião dele, o teste oral não oferece condições iguais ao deficiente e a pessoa pode, inclusive, se recusar a fazer e exigir a versão em braile. “Como todo mundo, o deficiente visual quer tempo para ler e pensar. Se, mesmo assim, a faculdade não cumprir sua obrigação, a pessoa deve denunciar a instituição ao ministério público”, completa Felippe.

A falta de material específico não se limita ao vestibular. Mesmo depois de matriculado, o deficiente visual não consegue independência para ler e estudar. “Ainda é pequena a bibliografia disponível em braile nas universidades, que, por sua vez, raramente possuem softwares de voz e programas que ampliam a tela do computadores”, afirma Lívia Maria Villela de Mello Motta, doutora em lingüística aplicada que trabalha como voluntária na Laramara.

Outro problema apontado por Lívia é que a comunidade acadêmica não está preparada para receber os deficientes visuais. “Muitas estão em processo de adequação física para recebê-los, mas poucas possuem professores e funcionários capacitados a lidar com alunos cegos”, completa. Além disso, até para anotar as aulas é preciso pedir ajuda. “As universidades deveriam oferecer todo o material gravado, mas o que acontece é que a pessoa acaba tendo de pedir a um amigo para ler as anotações e gravar”, lembra Felippe.

Cego, Daniel Monteiro acredita que a acessibilidade física é o menor problema. “O que mais importa, na verdade, é que haja bibliografia em formato acessível e professores capacitados”, afirma o estudante de Direito na Universidade Cidade de São Paulo (Unicid), que desde 1999 possui o Centro de Apoio Acadêmico ao Deficiente (Caad). No Caad os alunos podem encontrar todo tipo de tecnologia para auxiliar nos estudos. Tida como referência na inclusão de deficientes visuais, a estrutura do Caad é utilizada por cerca de 300 pessoas da comunidade do Tatuapé, bairro onde fica a universidade.


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Jornal da Tarde

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