Voluntariado no Mundial de Cegos |
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Publicado no Site do Jornal da Tarde de 02/08/07 |
Voluntariado no Mundial de Cegos
COOPERAÇÃO
600 pessoas auxiliam na organização do campeonato de cegos sediado em São Paulo e São Caetano
Thalita Pires, thalita.pires@grupoestado.com.br
A participação de voluntários é sempre decisiva na organização de campeonatos esportivos de grande porte, como o Pan-Americano. É preciso encontrar pessoas capacitadas para se comunicar com atletas de diversas origens, para ajudar nas competições e na organização dos locais de disputa.
Nos Jogos Mundiais de Cegos, que acontecem em São Paulo e São Caetano do Sul até 7 de agosto, a adesão dos voluntários é ainda mais importante. São eles que orientam os atletas durante a competição. “Os voluntários estão tendo um papel fundamental. São eles que ajudam na organização e na condução dos atletas”, explica David Farias, presidente da comissão organizadora dos jogos e da Confederação Brasileira de Desportos para Cegos.
De acordo com David, cerca de 1,4 mil pessoas se inscreveram para ser voluntárias nos jogos. Dessas, cerca de 600 foram selecionadas, de acordo com as necessidades da organização. “Todos tiveram treinamento para conhecer o campeonato e para lidar de forma adequada com os atletas”, diz.
Para Ivanete Boldrini Fernandes, voluntária que acompanha a delegação da Grã-Bretanha, esse treinamento foi fundamental. “Não tinha contato com deficientes visuais. Aprendi que eles são mais independentes do que pensamos. Às vezes, nem pedem ajuda”, conta. Ivanete descobriu, por exemplo, detalhes sobre a abordagem ao cego. “Não se pode chamá-lo pela bengala. O certo é oferecer o braço ou o ombro.”
A independência e alegria dos atletas surpreendeu Ivanete. “A gente vive reclamando de tudo, sentimos dó de nós mesmos, mas eles estão sempre felizes. Percebi que não podemos só lamentar”, diz. A voluntária diz que, agora, vai procurar uma instituição para continuar com o voluntariado.
De acordo com David Farias, o principal legado do campeonato é a mudança da idéia das pessoas sobre a deficiência visual. “Isso fica para todos que participaram”, diz.
'Vivemos reclamando de tudo, mas aqui os cegos estão sempre felizes.
Percebi que não podemos só lamentar.”
IVANETE BOLDRINI FERNANDES
VOLUNTÁRIA
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