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O lado social da coleta seletiva


Publicado no Site do Jornal da Tarde em 06/08/07

O lado social da coleta seletiva
Cooperativas organizam e recuperam a auto-estima dos catadores

SAULO LUZ, saulo.luz@grupoestado.com.br

Não é só o meio ambiente que agradece quando a população separa o lixo reciclável. Um exército de trabalhadores tira o seu sustento do material que é desprezado pela maioria das pessoas. Dalvo Alves Pereira, 45 anos, é um exemplo dessa situação. Desempregado, o mineiro, que chegou a morar na rua e a se perder no alcoolismo, se recuperou ao descobrir que poderia voltar ao mercado trabalhando com materiais recicláveis.

Pereira deixou Governador Valadares, sua cidade natal, em 1980. “Vim para São Paulo arriscar a sorte”, conta ele, que tinha 20 anos quando chegou à Cidade. “Vim sozinho... era Deus e eu. Fui direto procurar um lugar para trabalhar”, lembra. Após passar por quatro empregos, Pereira finalmente se estabeleceu numa empresa que limpava as galerias de água da Sabesp. Porém, o constante contato com o esgoto acarretou-lhe problemas de saúde e ele foi afastado do trabalho. “Fiquei parado por mais de dois anos. Ficava tomando ‘goró’ e me virava catando papelão”, acrescenta ele, recordando que morava num “barraquinho de madeira que pingava água quando chovia”.

Atualmente, Pereira trabalha na Cooperativa de Trabalho dos Catadores de Materiais Recicláveis de Guarulhos, na Grande São Paulo. Está livre do vício, casado e orgulhoso da sua nova profissão. “Fui um dos primeiros catadores da cooperativa”, diz ele, que hoje vive em uma casa modesta de alvenaria e tem renda mensal média de R$ 600.

A mudança na vida de Pereira é resultado da transformação sofrida pela cooperativa, organizada em 2002 com auxílio da prefeitura de Guarulhos. Com 40 trabalhadores associados, a organização foi uma das 74 selecionadas pelo “Programa Petrobrás Fome Zero 2006”, dentro de 4.300 projetos sociais inscritos. O prêmio de R$ 237 mil foi aplicado na melhoria da estrutura da central de triagem e na compra de novos equipamentos.

Há outras oito cooperativas no Estado que atuam com reciclagem. Elas empregam 398 trabalhadores.

SAIBA MAIS SOBRE OS CATADORES

>Os catadores de material reciclável vêm desenvolvendo
sua atividade no Brasil há mais de 50 anos

>São Paulo conta com cerca de 20 mil catadores, número que cresce dia-a-dia

>Existem dois tipos básicos de catadores: os que coletam nas ruas e os que atuam nos lixões

>Cada catador coleta por dia uma média de 160 quilos de
material reciclável

>Os catadores não organizados ainda são maioria no Brasil

>Eles mantêm uma relação direta com atravessadores (donos de ferros-velhos), que acabam se apropriando do
excedente, mantendo uma relação de trabalho quase escravo

>Foi no final da década de 80 que os catadores começaram a se organizar e formar as primeiras associações e cooperativas do setor O primeiro Congresso Nacional de Catadores de Material

>Reciclável aconteceu no ano de 2001, em Brasília, e reuniu 1.500 profissionais, além de 200 técnicos e agentes sociais


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