SP dará droga para doença pulmonar |
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Publicado no Site do Jornal O Estado de São Paulo de 09/08/07 |
SP dará droga para doença pulmonar
Medida beneficiará cerca de 1 milhão de pessoas que passarão a receber os medicamentos gratuitamente
Simone Iwasso
Cerca de 1 milhão de pacientes portadores da Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), o nome atual de uma patologia que associa enfisema pulmonar e bronquite crônica, vão começar a receber gratuitamente medicamentos no Estado de São Paulo. Por um acordo assinado entre o Ministério Público e o governo, a Secretaria de Saúde terá pela primeira vez um protocolo clínico de atendimento e distribuição de remédios. Além disso, os locais de entrega deverão ser publicados e distribuídos para os pacientes.
Veja os locais de atendimento
Apesar de ser a quinta causa de morte no País (no mundo, é a sexta) e provocar 230 mil internações todos os anos, de acordo com dados do Ministério da Saúde, ainda não há em nenhum Estado uma política pública para quem sofre do problema. Pesquisa da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia mostra que a doença afeta 15% dos brasileiros - na faixa etária acima dos 60 anos, a porcentagem sobe para 25%.
'Diversos países do mundo têm tratamentos disponíveis para a doença, já existe um consenso médico em torno do tema, mas até então os pacientes aqui não eram tratados. Chegavam nos estágios avançados da doença e eram internados', afirma o promotor Reynaldo Mapelli Júnior, do Grupo de Atuação Especial da Saúde Pública e do Consumidor (Gaesp).
O acordo com a Secretaria de Saúde foi feito após a Justiça conceder uma tutela antecipada, que obrigava o Estado a fornecer os medicamentos. O inquérito foi aberto pelo Ministério Público no fim de 2005. 'A partir daí começamos a cobrar a entrega e, depois de reuniões e discussões, veio o acordo', diz o promotor. Participaram as discussões sociedades médicas especializadas na área.
Hoje, quem consegue comprar os medicamentos, à base de broncodilatadores, gasta de R$ 400 a R$ 600 todos os meses, conta Manoel de Souza Machado Júnior, diagnosticado há doze anos, presidente da Associação Brasileira de Portadores de DPOC. 'Há anos acompanhamos essa demanda. O paciente vai ao médico, recebe a receita, mas não tem como comprar os remédios', diz. Procurada, a Secretaria de Saúde não informou o custo que terá com a distribuição dos remédios.
TABAGISMO
Outra questão incluída no acordo é o tratamento que deve ser oferecido aos pacientes para que parem de fumar. O tabagismo é a causa da doença em 90% dos casos e cerca de 20% dos fumantes desenvolverão a DPOC após os 50 anos. Por isso, uma vez diagnosticada, a primeira providência é largar o cigarro. 'Uma vez lesado, o pulmão não se regenera, mas o tratamento minimiza os sintomas e retarda a progressão da doença, melhorando em muito a qualidade de vida da pessoa', explica o pneumologista Oliver Nascimento, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e diretor da Sociedade Paulista de Pneumologia e Tisiologia.
'O paciente procura o médico no estágio mais avançado da doença', diz. Os primeiros sintomas são tosse, pigarro e falta de ar. Com o tempo, a pessoa não consegue ficar nem 15 minutos sem máscara de oxigênio.
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