Satélites estrangeiros monitorarão fogos no País |
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Publicado no Site do Jornal O Estado de São Paulo de 10/08/07 |
Satélites estrangeiros monitorarão fogos no País
Simone Menocchi, São José dos Campos
Dois novos satélites vão ajudar no monitoramento de queimadas no País neste ano. O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) anunciou ontem que o satélite europeu MSG-02 e o americano GOES-10 vão passar pelo Brasil e captar as imagens de focos de incêndios.
Desde janeiro, o número de focos de incêndio já teve um aumento de 25% em relação ao mesmo período de 2006. Na Amazônia, a situação é ainda pior: volume de queimadas já subiu 39%.
Apenas 1 dos 11 satélites que estão em operação, o NOAA-12, detectou neste ano 25.290 focos, sendo 16 mil na Amazônia. “Esses dois novos satélites vai permitir mais qualidade no serviço de monitoramento das queimadas. Vamos saber mais sobre a destruição”, informou o pesquisador do Departamento de Queimadas do Inpe Alberto Setzer.
Campeão em queimadas no mundo, o Brasil também é o país que mais utiliza satélites para monitorar tais condições. O trabalho do Inpe de detectar os focos de calor começou em 1987. Os 11 satélites geram centenas de imagens, atualizadas sete vezes por dia. Esse monitoramento, que pode ser acompanhado pela internet, auxilia, por exemplo, o Ibama no acompanhamento da situação de risco em florestas, ajudando o Corpo de Bombeiros no combate às queimadas. Ao todo, cerca de 2 mil usuários entre instituições, universidade e pessoas físicas recebem as informações dos satélites diariamente.
UNIDADES DE CONSERVAÇÃO
E não são somente terras particulares que são queimadas. O principal problema do País é o fogo indiscriminado - e sem punição - nas reservas florestais, onde os índices são muito altos. “Todos os dias constatamos inúmeras unidades sendo destruídas pelo fogo.” Nos últimos dois meses, foram 6.500 focos de incêndios em áreas de conservação ambiental e reservas indígenas.
O Estado campeão em queimadas continua sendo Mato Grosso. Mas São Paulo se destaca nesse cenário, principalmente por conta da queima da palha da cana-de-açúcar.
Desde o começo do ano, os focos em Mato Grosso aumentaram 25% em relação a 2006. “O motivo de tanta destruição continua sendo o desmatamento e a requeima da vegetação”, informa Setzer.
Em São Paulo o aumento constatado até agora foi de 21%. Neste ano, o governo estadual decidiu estabelecer um limite para a queima da palha da cana. A medida, anunciada em junho, prevê a queima de uma área de 2,210 milhões de hectares, o que significa 4% a menos na comparação com 2006. Os usineiros têm de pedir autorização para a Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb) para a queima.
http://txt.estado.com.br/editorias/2007/08/10/ger-1.93.7.20070810.12.1.xml
Jornal O Estado de São Paulo
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