Brasileiro cria técnica inovadora contra tumores |
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Publicado no site Terra.com em 30/08/07 |
Brasileiro cria técnica inovadora contra tumores
Uma técnica inédita para a cirurgia em pacientes com tumor cerebral, foi desenvolvida no Departamento de Neurologia da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp, sob a liderança do neurocirurgião Arquimedes Cavalcante Cardoso, como informa o jornal da universidade.
O novo método é aplicado em pacientes com schwannoma, um tumor que atinge o nervo vestibular localizado na base do crânio. Com a técnica desenvolvida pelos cirurgiões brasileiros, o paciente é colocado em posição mastóide durante a cirurgia, ou seja, deitado e com a cabeça voltada para a lateral.
Na maioria dos países, esse procedimento é feito com o paciente semi-sentado e recebendo monitoração constante por meio da aparelhagem médica.
"Os resultados da cirurgia são iguais ou até melhores do que o observado na literatura internacional, possibilitando elevadas taxas de remoção do tumor, com cura do paciente. A posição mastóide também diminuiu o índice de complicações fatais, como embolia gasosa ou entrada de ar na circulação sangüínea", afirmou Cardoso ao Jornal da Unicamp.
Entre as principais vantagens do método, está a possibilidade de que países em desenvolvimento adquiram a técnica sem precisar arcar com os altos custos dos equipamentos de ponta.
Outro benefício importante, é a diminuição do tempo da intervenção cirúrgica, proporcionando maior conforto para o paciente e para o médico. A técnica tradicional se difere por exigir maior esforço do cirurgião, que permanece o tempo inteiro com os braços elevados, necessitando de cadeira apropriada para o movimento. O desconforto é grande para idosos.
Na maioria dos casos, quando diagnosticado, o tumor já está em fase avançada, com volume avantajado, necessitando de intervenção cirúrgica imediata. Algumas complicações, durante a operação, podem provocar a alta perda auditiva do paciente e uma defeituosidade estética que pode ser constrangedora para o enfermo.
Segundo o professor, também há riscos na utilização dessa nova técnica, mas durante o estudo ficou constatado que, nas operações em que o volume de tumor era menor do que 3 cm, não foram detectadas complicações em 100% dos casos. Em 20 cirurgias, oito pacientes conservaram o mesmo grau de audição.
"Antes da implantação da técnica, o procedimento era realizado para salvar a vida do paciente. Não havia alternativas e o procedimento era recomendado, mesmo que complicações pudessem ocorrer", explicou ao jornal da universidade. Cardoso disse ainda que a doença possui hoje um baixo índice de mortalidade, sendo possível evitar as complicações na mesa cirúrgica.
Redação Terra
http://noticias.terra.com.br/ciencia/interna/0,,OI1867639-EI8148,00.html
Terra.com
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