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Projeto mapeia pontos de preservação em São Paulo


Publicado no Portal do Governo do Estado de São Paulo em 10/09/07

Projeto mapeia pontos de preservação em São Paulo
Segunda-feira, 10 de Setembro de 2007 às 15h16
O modernista Mário de Andrade não via muita beleza no patrimônio cultural da cidade de São Paulo. O que via era a predominância dos critérios históricos, inclusive nos arredores. Como superintendente regional do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), durante a década de 1930, o escritor mapeou poucos marcos que, segundo seus parâmetros estéticos, mereceriam ser tombados: igrejas seiscentistas e setecentistas – como as Igrejas de São Benedito, de São Francisco e de São Miguel Paulista, a Ordem Terceira do Carmo, o Mosteiro da Luz – e algumas construções bandeiristas.

“A atuação de Mário de Andrade na área de preservação é paradoxal. No âmbito federal, ele apresentou um projeto bastante evoluído, centrado nas obras de arte pura ou de arte aplicada de interesse estético, e naquelas ligadas ao artesanato. Na época, já contemplava o patrimônio imaterial, as artes populares, propondo um roteiro etnográfico do Brasil”, lembra a professora Maria José de Azevedo Marcondes, do Instituto de Artes (IA) da Unicamp.

Paradoxal, na opinião da pesquisadora, é que para São Paulo o intelectual tenha restringido tanto o projeto, julgando o patrimônio pobre em comparação com Pernambuco, Bahia ou Minas Gerais. “Os modernistas preservaram o barroco, em busca da identidade do país no passado colonial, e o moderno, como a Pampulha – tombada antes mesmo de ser construída”.

Maria José afirma que os modernistas renegaram todo o patrimônio erguido na Primeira República. “Do ponto de vista ideológico, o ecletismo representava uma arquitetura européia. E, esteticamente, não consideravam aqueles bens como uma “boa arquitetura”, apenas como soluções trazidas de fora”.

Maria José coordena o projeto de pesquisa “Território e Patrimônio: critérios de seleção e valoração do patrimônio cultural da cidade de São Paulo”, desenvolvido com apoio da Fapesp e que dá continuidade a outro estudo com o mesmo título, este financiado pelo CNPq e concluído em julho de 2007.

O objetivo principal é construir um quadro de referências conceituais para o tombamento de bens por parte dos órgãos de proteção. “Não existe a pretensão de elaborar diretrizes, já que esses órgãos estão bem-estruturados desde Lúcio Costa, Rodrigo Melo Franco de Andrade e Mário de Andrade”, esclarece a professora da Unicamp.

Ocorre que a análise das intervenções e dos critérios de tombamento em São Paulo, a partir da leitura de processos mediados por órgãos preservacionistas nos três níveis de governo, é bem vinda pelas autoridades da área. Os especialistas teriam assim uma ferramenta adicional para nortear suas ações.

Melhor ainda se a autora vem credenciada por atividades dentro dos próprios órgãos de proteção. Ela foi conselheira do Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo) e participou da definição das Zonas Especiais de Preservação Cultural (Zepecs) na capital.

Até os anos 1960, informa Maria José Marcondes, prevaleceram os critérios artísticos e históricos clássicos para preservação, contemplando, sobretudo, as obras com valor artístico e as ligadas a fotos memoráveis da nação. “Veio então um movimento internacional que deu novas referências e ampliou o conceito de patrimônio cultural, como a Carta de Veneza”.

Os critérios históricos, por exemplo, passaram a ser vinculados também com os ciclos econômicos, com a história da técnica (taipa de pilão, tijolo e concreto armado) e com a história da arte. “A atuação do órgão estadual de preservação após os anos 60, e do órgão municipal após os anos 80, levou à incorporação também dos critérios antropológicos – onde entram os imigrantes com as suas culturas – e dos ambientais”.

Território – Em seu trabalho, Maria José preocupa-se em incluir a noção de território enquanto instância formadora de identidades. “Os modernistas não compreenderam que o patrimônio eclético era justamente o patrimônio de São Paulo. Embora seja

http://www.saopaulo.sp.gov.br/sis/lenoticia.php?id=87611&siteID=1

Jornal da Unicamp

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