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Quarta-Feira , 15 de Maio de 2024
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Primeiro satélite disparou a corrida espacial


Primeiro satélite disparou a corrida espacial

Competição entre a União Soviética e os Estados Unidos moldou o século XX.
O mundo de hoje é nascido das tecnologias geradas naquela disputa.
John Noble Wilford


Do 'New York Times'
Cinqüenta anos atrás, antes que a maioria das pessoas vivas hoje tivesse nascido, o bip-bip-bip do Sputnik foi ouvido em todo o mundo. Era o som do maravilhamento e do destino. Nada seria exatamente igual depois disso -- na geopolítica, na ciência e na tecnologia, na vida cotidiana e na capacidade da raça humana.

A União Soviética havia lançado o primeiro satélite artificial, uma nova lua, em 4 de outubro de 1957. Escalando além do poço gravitacional da Terra, elevando-se acima da atmosfera e até uma órbita, o Sputnik cruzou a fronteira rumo a uma nova dimensão da experiência humana. As pessoas podiam agora ver sua espécie como uma civilização espacial. Sua mobilidade ampliada pode algum dia se mostrar tão libertadora como os primeiros passos eretos de nossos ancestrais hominídeos há tanto tempo atrás.

A reação imediata, no entanto, refletiu as preocupações negras de um mundo em meio à Guerra Fria, uma época de medo e divisão em que as duas superpotências, a União Soviética e os Estados Unidos, evitavam olhar uma para a outra, com a ameaça da aniquilação mútua. O Sputnik alterou a natureza e o alcance da Guerra Fria.

Foi um alerta bem discreto. Uma esfera simples pesando 92 kg e ao redor de 60 centímetros de diâmetro, tinha uma superfície altamente polida de alumínio, melhor para refletir a luz do Sol e ser visível da Terra. Dois radiotransmissores com antenas produziam sinais constantes em freqüências que cientistas e operadores de rádio-amador podiam detectar, e confirmarem por si mesmos o sucesso soviético.

Os russos claramente pretendiam que o Sputnik fosse um sonoro manifesto de sua capacidade tecnológica, com todas as implicações militares. Mas mesmo eles, ao que parece, não haviam antecipado a resposta frenética que seu sucesso provocaria.

Quando o ditador soviético Nikita S. Khrushchev recebeu a notícia do lançamento, ele estava, é claro, feliz, e ele e seu filho, Sergei, ligaram o rádio para ouvir os bipes do Sputnik. Eles foram dormir, lembra o filho, sem perceber "a imensidão do que estava acontecendo naquelas horas".

A imprensa soviética publicou um relato padrão de duas colunas do evento, com o mínimo de entusiasmo. Mas os jornais no Ocidente, particularmente nos EUA, preencheram páginas inteiras com a notícia e análises.

O sinal do Sputnik reverberou pelas salas dos poderosos e pelas ruas dos cidadãos comuns. As pessoas ouviam e, em cima do teto ou no quintal, viam um ponto de luz se movendo na noite, como uma estrela errante. Todo mundo passou a se perguntar "O que os russos fariam a seguir?”.

"Nenhum evento desde Pearl Harbor disparou essas repercussões na vida pública", escreveu Walter A. McDougall, historiador da Universidade da Pensilvânia. Uma geração mais jovem pode fazer uma comparação com os ataques terroristas de 11 de setembro.

O Sputnik atirou os americanos numa crise de autoconfiança. É possível que o país tivesse relaxado com a prosperidade? O sistema de educação era inadequado, especialmente no treinamento de cientistas e engenheiros? As instituições da democracia liberal tinham chance de competir com uma sociedade comunista autoritária?

Em "The Heavens and the Earth: A Political History of the Space Age" (1985), McDougall escreveu que antes do Sputnik a Guerra Fria havia sido "uma luta militar e política em que os Estados Unidos precisavam apenas dar auxílio e conforto a seus aliados nas linhas de frente". Agora, ele prossegue, a Guerra Fria "se tornou total, uma competição pela lealdade e confiança de todos os povos lutada em todos os tipos de empreendimento, em que livros didáticos e harmonia racial eram tão instrumentais na política quanto mísseis e espiões".

Na época do Sputnik, John F. Kennedy era senador por Massachusetts, e não tinha nenhum interesse particular pelo espaço. Yuri A. G

http://g1.globo.com/Noticias/Ciencia/0,,MUL112846-5603,00.html

New York Times

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