Alerta: desaparecimento de idiomas |
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Publicado pelo Portal UOL Notícias no dia 29/10/2007 |
Especialistas alertam para desaparecimento de idiomas
Kuala Lumpur (Malásia) - A cada 15 dias, em média, uma das 6.500 línguas do mundo desaparece com a morte de seus últimos falantes, que levam consigo um enorme conhecimento cultural, afirmam especialistas.
Numa conferência recente na capital da Malásia, linguistas disseram que os países em que isso mais acontece são os Estados Unidos, o Canadá e a Austrália, mas que línguas asiáticas também estão ameaçadas.
"Há um armazém de tesouros do conhecimento humano", disse Nicholas Ostler, presidente da Fundação para as Línguas Ameaçadas, um grupo com sede na Grã-Bretanha. "Assim, quando uma língua se perde, não são só as palavras, mas normalmente um tipo de linguagem."
De acordo com o levantamento publicado na revista norte-americana Cultural Survival, 89% das 154 línguas tribais remanescentes nos EUA estão sob perigo iminente de extinção, sendo que mais de metade delas só é dominada por falantes já idosos.
No Estado de Oklahoma, por exemplo, pelo menos 14 línguas --como o hitchiti, o kaw, o kitsai e o peória-- já não são mais faladas.
Diversidade cultural
A situação também é ruim na Ásia, apesar da grande diversidade cultural da região. Especialistas afirmam que muitos governos não têm interesse no assunto porque querem preservar a unidade nacional. "A diversidade é vista como um fardo para o governo", disse Ostler.
Na ilha de Andaman, no oceano Índico, a maior língua local está reduzida a apenas 20 falantes. E em Brunei, segundo os especialistas, os idiomas minoritários devem ser extintos em uma ou duas gerações.
No Paquistão, o siraiki, falado por 40 milhões de pessoas na província de Punjab, está sob ameaça, já que os moradores estão apelando para o inglês e para o urdu em busca de uma melhor posição social e econômica. "Eles sentem que a língua siraiki não tem nada a oferecer", disse a linguista paquistanesa Saiqa Imtiaz Asif.
A China, que tem cerca de 235 línguas e dialetos, não está imune ao perigo de extinção dos idiomas, com a ascensão do mandarim, disse Picus Sizhi Ding, professor do Instituto Politécnico de Macau.
Não há muitos sinais de esperança, afirmam os especialistas. No sul da Austrália, por exemplo, o povo kaurna, no planalto de Adelaide, vem trabalhando com linguistas e músicos para retomar a língua kaurna, considerada extinta. "Se a nova geração se interessar por uma língua, talvez ela não tenha que morrer", disse Ostler.
http://noticias.uol.com.br/educacao/ultnot/reuters/2007/10/29/ult2635u8.jhtm
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