Publicado pelo Sítio da USP Notícias no dia 30/10/2007

Seminário na USP Leste discute novos métodos de ensino

Fábio Brandt / USP Online
fabiobrandt@usp.br



Sala de aula em segundo plano. Os alunos buscam os conhecimentos de que precisam e o professor os auxilia. A meta é a resolução de problemas reais. O método, conhecido como Aprendizagem Baseada em Problemas (ABP), ganha espaço no ensino superior brasileiro: fundamenta o ciclo básico dos dez cursos recentemente criados pela USP na Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH) e tematiza a segunda edição do seminário internacional Inovações e Qualidade no Ensino Superior, que ocorre nos dias 5 e 6 de novembro, em São Paulo.

O seminário apresentará as experiências da USP e de universidades estrangeiras com a aplicação do ABP e de outros métodos relacionados à resolução de problemas, conta o presidente da comissão organizadora do evento, professor Ulisses Ferreira de Araújo, da EACH.

Araújo afirma que o encontro é também oportunidade para aprimorar o projeto pedagógico dos cursos da EACH, que adotou a ABP como fundamento pedagógico, foi inaugurada há três anos e “ainda não possui metodologia pronta”.

Na prática, o método da nova escola da USP coloca alunos de diferentes cursos em contato e propõe que pensem juntos soluções para problemas da comunidade ao redor da EACH. A USP Leste fica à beira da Rodovia Ayrton Senna, próxima ao Parque Ecológico do Tietê e é vizinha do Jardim Keralux.

Os alunos não escolhem o grupo em que trabalharão e logo ao final do primeiro semestre precisam entregar um relatório acadêmico. Cada grupo tem seis estudantes, dos mais variados cursos (como obstetrícia, sistemas da informação, marketing e gestão ambiental). “Eles precisam aprender a conviver, a lidar com as situações”, argumenta Araújo.

Nas origens dos cursos da EACH, conta Araújo, está uma visita feita pelos professores da USP às universidades européias de Maastricht (Holanda) e Aalborg (Dinamarca). “São referência na aplicação do método de resolução de problemas”, diz Araújo, completando que o método europeu de ABP difere do americano por privilegiar trabalhos em grupo.

“O curso de engenharia de Maastricht faz com que os alunos aprendam com um objeto de estudo. A construção de um satélite, por exemplo”, diz outro organizador do evento, o diretor da Agência USP de Inovação, Oswaldo Massambani. Ele considera que, perante uma situação prática, os alunos necessitam procurar uma bibliografia e atitudes adequadas para resolver a questão.

Para apresentar a experiência dinamarquesa ao público do seminário, a organização do evento convidou o professor Egon Moesby, de Aalborg. Também participam o professor Stewart Mennin, da University of New Mexico (EUA), e o ex-reitor da Universidade Federal de Roraima, Fernando Menezes, atualmente pós-doutorando em Maastricht.

Mapeamento realizado pela comissão organizadora do evento identificou dentro da USP iniciativas isoladas relacionadas à ABP e convidou seus idealizadores a apresentá-las no seminário. “São alguns professores de unidades como a FEA [Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade], Odontologia de Ribeirão Preto, Medicina, FAU [Faculdade de Arquitetura e Urbanismo] e outras”, expõe Araújo.


Dinâmica contemporânea
Os novos métodos de ensino que Inovações e Qualidade no Ensino Superior discutirá fundamentam-se em mudanças nas relações de produção do conhecimento, explica Oswaldo Massambani.

Ele constata que informações e relações mudam muito rápido na atual “sociedade do conhecimento” e essa situação pede que os futuros profissionais saibam encontrar os caminhos para obter os conhecimentos de que necessitam.

Superar o método de ensino em que o professor prepara a aula e expõe o conteúdo é uma forma de atender a necessidade da sociedade atual, defende o professor, afirmando que o mais adequado para a contemporaneidade é a participação ativa dos alunos na produção do conhecimento.

“Hoje, as empresas demandam profissionais com nova capacidade de interagir, de usar ferramentas novas e de se associar com outras pessoas para solucionar os probl

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