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Domingo , 05 de Maio de 2024
 
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CURIOSIDADES

CÁLCULOS COM SOROBAN


É freqüente os japoneses viajarem pelo exterior e estranharem a demora do troco ao fazer compra. Para eles, é natural determinar imediatamente o valor do troco pelo cálculo mental, mas percebem que no exterior as coisas não funcionam assim. Por trás dessa facilidade em fazer cálculos mentais existe uma história de 400 anos de difusão de soroban (ábaco).  A educação no Período Edo tinha como centro "a leitura, a escrita e o soroban". Parece que, atualmente, com a proliferação das calculadoras eletrônicas, está surgindo uma geração com dificuldades em fazer contas ou cálculos mentais. Na competição, realizada entre um dos primeiros modelos de calculadora eletrônica e um expert em soroban, a vitória foi do soroban.

Este tipo de ábaco consistia em uma tábua de argila dividida em linhas, representando cada qual um algarismo, sobre os quais se moviam pequenas pedras para calcular. Na Grécia e Roma antigas, este instrumento evoluiu para o ábaco de linha, sendo utilizado também na Europa da Idade Média. Com a difusão dos números arábicos, os cálculos passaram a ser feitos por escrito e o "abacus" desapareceu do cenário a partir do século 16 e, mesmo na Alemanha, no início do século 18.

Nos registros históricos da China antiga, a palavra soroban aparece só na segunda metade do século 16. É um instrumento que tem duas pedras acima da divisória e cinco pedras abaixo dela. No entanto, a forma de calcular já havia sido registrada na Dinastia Khan (a.C.). O soroban reconstituído dessa época possui uma pedra acima e cinco pedras abaixo da divisória. No Japão, o soroban foi introduzido por mercadores da China no final do período Muromachi (final do século 16), em Nagasaki e Sakai. Sua difusão entre a população ocorreu a partir do Período Edo.

São chamados de soroban antigos aqueles que tem duas pedras acima da divisória .A partir desse método de calcular, surgiu uma forma diferente de matemática, a chamada wasan. Em 1872,a após a Restauração de Meiji, ocorreu a reforma no Sistema Educacional que passou a seguir o sistema ocidental de educação. Desde então, o cálculo wasan e o soroban foram abolidos do ensino público, não desaparecendo, no entanto, do cotidiano do povo.

A partir do ano seguinte foi autorizado o uso concomitante do soroban também em ensino público . Atualmente, o ensino púbico. Atualmente, o ensino do soroban faz parte da aulas de matemática do 4º ano do ensino primário; porém, fica limitado a explicações e nas formas mais básicas manusear.

Fonte: São Paulo Shimbun 31/08/2000


BANZAI! (Viva!)

A palavra banzai costuma evocar, em muitos ocidentais, o passado militarista do Japão do período da Segunda Guerra. Uma cena típica que povoa a cabeça de muitas pessoas, graças a inúmeros filmes sobre a guerra, é a de um piloto suicida, com um sol nascente desenhado numa tira de pano atada à cabeça, lançando resolutamente seu avião contra um navio inimigo depois de gritar banzai!

Ainda hoje, o banzai com esta acepção figura entre os termos que soam mais familiares para os que desconhecem a língua japonesa, ao lado de palavras como kamikaze e harakiri.Muitos ocidentais que associam o banzai a um grito de guerra ficariam surpresos se descobrissem que esta palavra tem originalmente um significado benigno e pacifista. É um vocabulário utilizado para desejar longa vida ("tomara que você vida dez mil anos") e prosperidade.

Antigamente, pronunciava-se esta palavra como banzei. Era um termo utilizado como interjeição ou exclamação, sendo empregado não somente como uma manifestação de triunfo quando se vencia uma batalha, mas também para desejar longa vida ao imperador e à nação, ou para agradecer aos céus por uma chuva tão aguardada.

Modernamente, consta que foi um estudante universitário quem primeiro gritou a palavra banzai com a intenção de dar vivas ou urras. Foi durante uma imponente cerimônia de promulgação da Constituição japonesa de 1889, no Período Meiji.

A comunidade japonesa no Brasil também adotou o costume de gritar banzai três vezes durante ocasiões festivas. Seu sentido é totalmente pacifista, similar ao do "viva" em português.

De volta ao Japão, ainda é possível observar, nas plataformas das estações de trem, o curioso espetáculo de um grupo de funcionários de uma empresa gritando banzai para se despedir e desejar sorte a um colega que foi promovido e transferido para outra cidade.

Fonte: São Paulo Shimbun 18/05/2000

ONI


Personagem de inúmeros contos e lendas japonesas, o Oni é uma criatura misteriosa geralmente representada com forma humana, mas com estatura muito maior e exibindo dois chifres na cabeça. Embora seja visto como um guardião do inferno, ele é um pouco diferente do diabo ou demônio imaginado pelos ocidentais.O Oni é uma criatura mais complexa. Às vezes é a própria encarnação do mal, outras vezes chega a ser adorável. Ora é um monstro terrível a ser derrotado pelo herói, ora não passa de um bode expiatório. O Oni às vezes se transfigura de mulher e torna-se a encarnação do ciúme e da inveja. Nas histórias infantis, ele aparece muitas vezes como um bicho-papão, alguém cujo papel é meter medo nas crianças para que elas não se desviem do bom caminho. Em suma, o Oni simboliza quase tudo o que é misterioso ou estranho. Ele representa o "outro", conforme bem definiu Ariko Kawabata, professora de literatura inglesa da Universidade da Província de Aichi. No Japão, o dia 3 de fevereiro é conhecido como Setsubun, que significa "divisor de estação". Ele marca a passagem do inverno para a primavera, segundo o antigo calendário japonês.

Na noite do Setsubun, os japoneses costumam espalhar grãos de soja pela casa e dizer "Oni wa soto, fuku wa uchi" (Para fora demônio, para dentro a boa sorte), para espantar os maus espíritos e atrair a felicidade. Neste caso, o Oni representa também o espírito do frio e do inverno.

Fonte: São Paulo Shimbun 03/02/2000



PIPAS (Takô)


Uma das cenas típicas do Japão no Ano Novo e em outras ocasiões festivas é empinar pipas, um costume que provavelmente os japoneses trouxeram da China antes de Era Heian (794 - 1185). Embora muitas crianças prefiram hoje ficar trancadas em suas casas brincando de videogame, as pipas japonesas continuam chamando a atenção de um grande número de pessoas em todo o mundo, por sua beleza e originalidade. Antigamente, as pipas no Japão eram utilizadas principalmente em ritos religiosos. Ora empinavam-se pipas para afugentar os maus espíritos, ora para agradecer aos deuses pela boa colheita ou então para pedir boa saúde ou prosperidade.

Consta que as pipas serviam também para fins militares. Eram utilizadas, por exemplo, para veicular mensagens secretas ou mesmo para transportar comida e outros suprimentos aos defensores de castelos sitiados pelos inimigos. Pipas gigantescas povoam a imaginação dos japoneses desde tempos imemoriais. Diz uma lenda que, no século 12, o guerreiro Minamoto no Tametomo (um herói do famoso clã de Genji) foi exilado em uma ilha junto com seu filho criança. Tametomo teria tentando mandar seu filho de volta ao continente amarrando-o a uma enorme pipa. A fabricação de pipas desenvolveu-se no Japão de forma espantosa, graças à existência de papel de excelente qualidade, bambu e linho. Houve uma época, no entanto, em que o custo do papel era tão elevado que somente nobres tinham condições de ter pipas. Com o tempo, as pipas tornaram-se acessíveis a pessoas comuns e sua proliferação foi tamanha que, no século 17, o governo chegou a proibir que se empinassem pipas, sob a alegação de que atrapalhavam o tráfego. Apesar do declínio do número de artesãos especializados na produção de pipas, o Japão ainda é considerado pelos entusiastas como a capital mundial das pipas, pela riqueza de seus formatos e desenhos.

Fonte: São Paulo Shimbun 20/01/2000



CÃO E GATO


O cão e o gato estão entre os dois animais de estimação preferidos do homem, e no Japão não é diferente. Historicamente, o cão tem um desenvolvimento mais antigo. Já foram encontrados no Japão esqueletos de cães do Período Jomon (1000 a 300 anos a.C). Há inclusive indícios de enterro ritualístico, numa demonstração de como esses animais eram respeitados naquela época.

Já os gatos têm uma história mais recente no Japão. Eles provavelmente foram introduzidos da China no Período Heian (794-1192), sendo criados como animais de estimação de famílias nobres. Domesticados para caça a ratos, popularizaram-se também entre pessoas comuns.

Tanto o cão como o gato são personagens no Japão de inúmeras lendas e histórias, que muitas vezes lhes conferem uma natureza quase mística. Eles também estão presentes em diversos provérbios e expressões idiomáticas. Veja a seguir uma pequena amostra, que revela um pouco do modo como os japoneses vêem esses animais:

CÃO

Inu mo arukeba bô ni ataru
Significado = a sorte pode chegar inesperadamente.
Inu ga nishi mukya o wa higashi
Quando o cão vira para oeste, o rabo fica para leste = metáfora de uma coisa óbvia.
Kai inu ni te o kamareru
Ter a mão mordida pelo próprio cão = ser traído por alguém a quem prestou favores.
Shippo o furu
Abanar o rabo = adular.
Inu wa mikka kaeba sannen on o wasurenu
Cuide de um cão por três dias e ele não esquecerá a bondade por três anos.

GATO

Também chamado de Makineko, acredita-se que este objeto dá sorte a quem os usa, principalmente aos negócios. O objeto deve ficar com a frente virada para a porta da casa ou comércio pois a figura do gato acena com uma das patas atraindo fregueses e dinheiro.


In: http://paginas.terra.com.br/arte/yuka/imigrao.htm#texto1
(acesso em 05/03/2007)