Relato 1
Relato 2
Relato 1
“EE CULTURA E LIBERDADE PARTICIPA DE DESFILE
A EE Cultura e Liberdade participou do Desfile Municipal em homenagem aos 79 anos de Pompéia. A escola escolheu o tema Reconstruindo Sonhos – Rumo ao centenário da Imigração Japonesa, em homenagem à expressiva população de imigrantes japoneses e descendentes do município. (...) reconhecendo a importância das contribuições culturais, dos valores e do desenvolvimento econômico e social trazido para o Município e país. Nossa viagem “Reconstruindo Sonhos” foi iniciada com um dos maiores ícones da religião nativa do Japão – O TORII
TORII
Feitos de madeira pintada em vermelho, pedra ou até mesmo em concreto, esses portais marcam a entrada aos templos xintoístas e são instalados para avisar a quem passa, que ali dois mundos se encontram: de um lado o mundo espiritual, do outro, o dos espíritos. O Tor II foi construído pelos professores e alunos da escola, com bambu, um tipo de madeira lenhosa que se caracteriza pela altura excepcional que alcança.
Monges e monjas com incensários de bambu queimam incensos e acompanham o TOR II, retratando as crenças e o aspecto religioso do povo japonês.
TAIKO
A palavra taiko, na língua japonesa, significa simplesmente “grande tambor”.
(...) O som que ecoa é grave e remete a uma tradição de mais de mil anos, quando os japoneses viviam em aldeias. Nesses tempos, os estrondos do taiko eram evocados para espantar os maus espíritos, que atrapalhavam a lavoura. O taiko é um instrumento de percussão, seu som vibrante é sinônimo de festa, nos dias de hoje. O grupo de taiko da E.E.Cultura e Liberdade é formado por 41 alunos. Sob a orientação da professora Ana Claudia Shiga, os alunos cortaram os bambus nos arredores da cidade preparando-os para a confecção do instrumento, no interior da escola. O grupo de taiko é uma conquista muito importante, uma vez que muitos alunos estão aprendendo a arte desse ritmo e a conviver harmoniosamente em grupo. (...) requisitos como compromisso, disciplina e respeito são fundamentais para a formação de um grupo de taiko.
(...)
SAKURA: CEREJEREIJA EM FLORES
No Japão são mais de trezentas espécies diferentes. Algumas árvores superam mil anos de idade. As sakuras não geram frutos comestíveis e, diz a lenda, que nasceram como representantes da aristocracia japonesa com uma única missão: serem bonitas. (Dados fornecidos pela Revista Made in Japan- edição especial nº100). Nesse quadro que retrata as cerejeiras, buscou-se reproduzir a beleza dessas flores e o encantamento que elas produzem na alma do ser humano, exercitando a sua sensibilidade por meio da visão e vivência de momentos poéticos. As flores foram confeccionadas com tecido e coladas em galhos secos, pelas alunas que, ao desenvolverem o trabalho, foram construindo o conhecimento da tradição das sakuras, no país do Sol Nascente.
Neste grupo, há a presença de outros ícones da cultura japonesa: os tradicionais leques e o kimono feminino – roupa que se alonga até os pés.
DO JAPÃO À VIDA NAS FAZENDAS DE CAFÉ
Os imigrantes japoneses devido à crise econômica que assolava o país, acreditaram nas promessas de enriquecimento rápido nas lavouras de café de São Paulo. As dificuldades encontradas por esses imigrantes foram superadas pela determinação e perseverança (...). Nesse quadro, os alunos representaram os imigrantes japoneses e o trabalho em terras brasileiras. Uma oportunidade para se pensar na questão do trabalho e na contribuição para o desenvolvimento econômico do país.
Nota-se no traje, metade da bandeira do Japão e metade da bandeira do Brasil, logotipo adotado para as comemorações do centenário da imigração japonesa. No sentido de demonstrar laços de amizade criados entre esses dois países.
TRADIÇÃO JAPONESA: CULTURA E SEUS VALORES
O grupo traz a herança dos imigrantes japoneses que aqui se instalaram e foram agregando seus valores e cultura aos costumes brasileiros. (...) culinária, panelas, membros da família que se dedicam ao judô, karatê, crianças e adultos que se interessam pelo aprendizado do silabário japonês, gato da sorte, arte do origami, buda, “tsuru” (garça).
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FANFARRA
A tradicional Fanfarra da E.E.Cultura e Liberdade encerrou o desfile, com os 12 toques preparados por 48 alunos do Ensino Fundamental e Médio, (...) contagiando assim toda população Pompeense.”
Relato 2
O Encontro com a Comunidade Japonesa de Pompéia, no auditório da escola, no dia 16 de outubro foi organizado pela professora responsável pelo projeto, Norma Kimura, e realizado em colaboração com os membros da referida comunidade que relataram experiências sobre diversos assuntos relacionados ao tema imigração. Algumas palestras foram feitas na língua japonesa e traduzidas para o português por Eri Iwamamoto.
O Sr. Tokuji Suga, presidente da Associação Cultural e Esportiva de Pompéia (ACEP), tratou dos aspectos históricos da imigração japonesa, lembrando que muitos vieram para trabalhar na lavoura de café e enfrentaram dificuldades devido à língua e aos costumes diferentes. (...) Abordou, também, o percurso dos japoneses no interior de São Paulo em busca de novas terras e enfatizou o espírito empreendedor do fundador das empresas do grupo Jacto, o imigrante Sr. Shunji Nishimura, que contribuiu para o desenvolvimento econômico e social da região. Lembrou ainda, o estabelecimento de 13 colônias com uma população de aproximadamente 2.000 famílias japonesas, por volta do ano de 1936 (...) e que a partir de 1956, formaram a ACEP. (...).
A Sra. Kikue Tanaka, presidenta da Associação do Budismo de Pompéia, tratou da questão religiosa (...) e expressou a sua alegria pela oportunidade que teve de conhecer e vivenciar a filosofia do budismo.
O Sr. Teruaki Mogui, membro da ACEP, contribuiu com fatos históricos, contextualizando os motivos da imigração e também a situação atual do país. Fez uma apresentação das atividades desenvolvidas pela ACEP, conhecida pela colônia japonesa como kaikan, ilustrando com muitas imagens. Certamente, um trabalho que exigiu pesquisa e foi elaborado com muito cuidado.
O imigrante japonês e poeta de haikai, Sr. Gaishi Hosoume, com mais de 90 anos, animou os ouvintes com sua maneira descontraída e ao mesmo tempo divertida de enredar suas histórias e experiências. (...) revelou-se um homem muito sábio e deu lições de vida (...).
Kahori Miyasato, filha de imigrantes okinawanos, mestra de língua materna, compartilhou parte de sua história de vida, enfocando costumes japoneses e brasileiros, preconceitos (...), valores.
Keiko Honda Kimura, também filha de imigrantes, (...) revelou fatos históricos, como a existência em Pompéia, de mais de 70 casas de comércio pertencentes às famílias japonesas. Contou como era a vida das crianças e adolescentes, numa época em que não existiam aparelhos de televisão, celulares e computadores, e o prestígio social de algumas famílias que residiam na zona urbana e dominavam o comércio da cidade. Falou, ainda, sobre a alimentação, a religiosidade, a preferência pelo casamento com pessoas da mesma etnia, as atividades de lazer. (...)
Por fim, tivemos os depoimentos das professoras Cacilda Mori e Nair Iriboshi, que viveram a experiência de dekassegui – descendentes de japoneses que buscam trabalho no Japão. Seus depoimentos foram acompanhados com muita curiosidade principalmente por seus colegas de escola. Abordaram a experiência de discriminação e de preconceito, a importância da língua, como instrumento de identificação, defesa e expansão.(...) e estabeleceram comparações entre o modo de viver dos japoneses e dos brasileiros.
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