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Bom dia
Terça-Feira , 19 de Março de 2024
>> O Professor Escreve Sua História
   
 

Escola Fazenda Brasil


Prof. Claudio A. C. Errerias

Ara, fessor, sor pensa que fazê facurdade, sê instruído nos istudo, o versado nos assunto das palavra, têm valia prum vivente? Aí vai que o sor singana. Que mãe minha, que mais que eu e que o sor já viveu e isprimentô, deis deu piquinininha me fala "ocê vai na tar de iscola inquanto num atrapaiá na lida, mais num se esperance não de fincá nos istudo que mais vale a prática que a gramática, galo e galinha num lê e num inscreve e vai por aí bem vivendo".

Padim Toríbio memo, de lê e escrevê sabe muito poco, menos que eu inté. Dos númiro, comele diz, pros dois mais dois serve. As terra dele tá que é uma gastura, é vaca tunchada de leite, é pomal surtido de fruita, é coisa de fazê a alegria dum vivente. Lua no céu que me alumia, fessor, amor qui de quando em vez num me farta não. Ah! Fessor, aqui nasci aqui vô vivendo, essas tar de ciência num é preu não.

- Dia, fessor, falei pra mãe aquilo que o sor disse, que galo e galinha acaba é na panela, ela num gostô não. Nem dessa história de que o conhecimento alimenta a arma, ela achô foi isquisito, achô bobage das grande, que o que alimenta a arma é as coisa de Deus. Até preguntô quando foi a úrtima veiz que eu fui na igreja e comunguei. Falô que espirto, se percisá de comida, num é espirto, é vivente, e que percisa então é garrá no cabo da inxada mor de fazê juis ao alimento.

Antão, mais foi aí que eu falei da tar de diguinidade, e que os bicho e as pranta tomém era criatura de Deus e que tinha o de morá e o de comê, mais que num tem passado e nem futuro, que é o que é a sapiência dos home, e o que faiz eles diferente dos bicho. Por estas a mãe ficô pensativa. Mais, no bem das verdade, eu tomém num tô muito certa dessas idéia que o sor fala não, que pra mais da metade eu num intendo direito.

O sor diz que eu faço parte da humanidade, e que a humanidade faiz parte de eu, diz tomém que a humanidade é boa mais tomém é ruim, e que ela é quem faiz o conhecimento, mais que das veiz num faiz uso devido, impestiano e impraguejano as coisas, num era antão mais mió eu ficá aqui quieta na minha vida? A gente aqui é de paiz, nossa humanidade é boa, boa.- Num é pra fugi da lida não, mãe. O professor falô que a vila é o mundo e que não percisa morá na cidade grande, nem fugi embora daqui pra tê importância no existi. Falô que o conhecimento, se tem mar uso, tem tomém evitado muita desgracera por esse mundo afora, que peor memo é a igonorância que impede a gente de escolhê e dicerni o certo e o errado. Que no coração do home, terreno fértio que é, brota-se do que semeia, e cresce do que se curtiva. Eu penso que pode sê que seja certo, porque cedo o tarde as coisa acontece e nóis nem sabe que aconteceu. Pelo sim pelo não, eu bem que podia ficá na escola mais esse ano, depois se vê o futuro. No mais das coisa, isso de lê nos livro e escrevê dereito mais me dá trabaio que toda lida da casa. Ele disse que o que mais se percisa é da cabeça, que o resto vai que se arranja.


EEPSG "Maria Conceição Ap. Basso" - Fernandópolis

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