"A ênfase à atribuição
de notas (medida) na avaliação tem provocado
alguns desvios significativos, dentre os quais o de lhe dar
um caráter meramente comercial, contabilístico,
desconsiderando seu aspecto educacional de orientação
do aluno. Conforme diz LUCKESI (1984), as notas são
comumente usadas para fundamentar necessidades de classificação
de alunos, dentro de um continuum de posições,
onde a maior ênfase é dada à comparação
de desempenhos e não aos objetivos instrucionais que
se deseja atingir. O aluno é classificado como inferior,
médio ou superior quanto ao seu desempenho e muitas
vezes fica preso a esse estigma, não conseguindo desvelar
seu potencial."
"O que acontece, porém é que, em vez
de serem valorizados em seus aspectos educacionais, o planejamento
do ensino e a avaliação da aprendizagem são
transformados em atividades burocráticas, formais."
"Acredito que um objetivo deve ser uma intenção,
deve conter explicitamente o tipo de habilidade, de conhecimento
ou de atitude que se está pretendendo desenvolver.
É diferente o procedimento de pedir a um aluno que
estude as páginas do livro que tratam do tema 'Proclamação
da República' do de indicar o que se espera desse estudo:
identificação de causas, estabelecimento de
relações com outros temas, análise e
síntese dos fatos, avaliação da realidade
atual ante o passado etc."
"O que se percebe é que quanto mais se leva
o aluno a atingir níveis mais complexos de raciocínio,
maior grau de autonomia e participação ele consegue.
Um aluno que sabe avaliar seu trabalho, certamente está
muito mais preparado, em termos de aprendizagem, do que um
aluno que apenas desenvolve uma tarefa sem julgá-la."
"Outro aspecto que me parece fundamental, quando
se fala em técnicas, é o de ressaltar a importância
do professor no ensino, a quem devem ser dadas todas as condições
de não só transmitir conhecimentos, mas também
de apresentar uma postura crítica em relação
a eles."
"O trabalho de recuperação não
é simples, pois deve envolver todos os elementos da
escola, na busca de condições que efetivem a
reabilitação como processo de reeducação
e não como mera repetição de uma prova
de avaliação."
"Se o currículo for definido em suas várias
facetas, outra relação que se buscará
é a da coerência entre ele e o papel do professor
e a concepção de aluno no processo ensino-aprendizagem.
O professor deverá ser reconhecido como elemento fundamental,
o que na prática se traduz em fornecer-lhe condições
dignas de trabalho, proporcionar-lhe oportunidades de capacitação
para que possa desenvolver melhor o ensino, valorizá-lo
como elemento que deve ser ouvido e respeitado. O aluno, por
sua vez, será visto como sujeito e não como
objeto do processo de ensino"