"Precária ou não, importa compreender
que, na aferição da aprendizagem, a medida
é um ato necessário e assim tem sido praticada
na escola. Importa-nos ter clareza que, no movimento real
da operação com resultados da aprendizagem,
o primeiro ato do professor tem sido, e necessita ser, a
medida, porque é a partir dela, como ponto de partida,
que se pode dar os passos seguintes da aferição
da aprendizagem."
"Com o processo de medida, o professor obtém
o resultado - por suposto, objetivo - da aprendizagem do educando
que, por sua vez, é transformado ou em nota, adquirindo
conotação numérica, ou em conceito, ganhando
conotação verbal."
"Em síntese, as observações
até aqui desenvolvidas demonstram que a aferição
da aprendizagem escolar é utilizada, na quase totalidade
das vezes, para classificar os alunos em aprovados ou reprovados.
E nas ocasiões onde se possibilita uma revisão
dos conteúdos, em si, não é para proceder
a uma aprendizagem ainda não realizada ou ao aprofundamento
de determinada aprendizagem, mas sim para "melhorar"
a nota do educando e, por isso, aprová-lo."
"O momento de aferição do aproveitamento
escolar não é o ponto definitivo de chegada,
mas um momento de parar para observar se a caminhada está
ocorrendo com a qualidade que deveria ter."
"De fato, o ideal seria a inexistência do sistema
de notas. A aprovação ou reprovação
do educando deveria dar-se pela efetiva aprendizagem dos conhecimentos
mínimos necessários, com o conseqüente
desenvolvimento de habilidades, hábitos e convicções.
Entretanto, diante da intensa utilização de
notas e conceitos na prática escolar e da própria
legislação educacional que determina o uso de
um forma de registro dos resultados da aprendizagem, não
há como, de imediato, eliminar as notas e conceitos
da vida escolar."
"A avaliação, no caso, seria um mecanismo
subsidiário pelo qual o professor iria detectando os
níveis de aprendizagem atingidos pelos alunos e trabalhando
para que atingissem a qualidade ideal mínima necessária.
Só passaria para um conteúdo novo, quando os
alunos tivessem atingido esse patamar mínimo."
"O que não podemos admitir é que muitos
educandos fiquem aquém do mínimo necessário
de conhecimentos, habilidades e hábitos que delineiem
as possibilidades do seu desenvolvimento."