"Já havia ficado claro,
em parágrafos precedentes, que as características
seriam deduzidas de escolas reconhecidas como efetivas, e
não o caminho inverso. Isto é, contornando a
grande - talvez insuperável mesmo - dificuldade de
estabelecer critérios (standarts) que designassem as
boas escolas, a serem escolhidas a partir deles, os autores
preferiram tomar como ponto de partida as escolas reconhecidas
como boas, ou efetivas, como eles preferem dizer, e a partir
delas deduzir as características que têm em comum.
Segundo eles, a comunidade interessada sempre reconhece uma
escola boa, assim como uma escola má."
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"Decidi então, como contribuição
para os participantes deste seminário, compartilhar
com eles não apenas a lista de características
comuns a escolas efetivas, proposta pela OECD (...), mas também
o exercício de confronto dessa listagem com a realidade
de uma escola que conheço bem. É o que proponho
passar a fazer agora, analisando cada uma das características."
- Compromisso com normas e objetivos claramente reconhecidos
por todos
"Boas escolas, segundo os autores, são aquelas
que oferecem um clima propício à aprendizagem.
O pré-requisito essencial, continuam eles, é
a aceitação pela escola das normas e objetivos
comuns, que são claramente expressos, definidos e
assumidos."
- Planejamento e tomada de decisão em grupo e
trabalho desenvolvido em clima de experimentação
e avaliação
"Para isto é indispensável um clima
de liberdade para a experimentação de inovações,
que deve ser sempre acompanhada de uma avaliação
que permita ao grupo decidir sobre a conveniência de
sua integração à vida da escola. Indispensável,
a este respeito, é o grau de independência de
que goza a escola, com relação a prescrições
externas rígidas, para que possa justamente experimentar
e inovar, pelo menos em parte, em matéria de currículo,
métodos de ensino e alocação de recursos,
com vistas à obtenção dos possíveis
melhores resultados."
- Liderança positiva para iniciar e animar um
processo contínuo de melhoria
"Venha de onde vier, de um indivíduo ou de
forma colegiada, é fundamental que a liderança,
a autoridade na escola, garanta o provimento de condições
necessárias à implementação
dos planos e inovações considerados importantes
para a melhoria da instituição."
- Estabilidade do corpo de professores e funcionários
- Estratégia para desenvolvimento contínuo
do corpo de professores e funcionários, de acordo
com as necessidades pedagógicas e de organização
de cada escola
"Toda a equipe deveria ter oportunidades regulares
para treinamento em serviço, tanto dentro da própria
escola, como através de programas externos."
- Trabalho em função de um currículo
cuidadosamente planejado e coordenado, que assegura espaço
suficiente para cada estudante adquirir conhecimento e habilidades
essenciais.
- Alto nível de envolvimento e apoio dos pais
- Busca e desenvolvimento dos valores mais amplos da
escola, acima dos valores individuais
- Uso máximo do tempo para a aprendizagem
- Apoio ativo e substancial da autoridade educacional
responsável
"Várias informações surgidas
ao longo deste relato permitem entrever a complexidade das
relações entre uma escola e a autoridade central
à qual está vinculada. (...) De um lado "as
autoridades" se aproximam com dificuldade da realidade
das escolas e raramente da forma que deveriam, no momento
no local em que estas se sentem mais necessitadas. De outro
lado, há escolas que se mantêm na dependência,
até certo ponto confortável, em vez de lutar
por sua relativa autonomia, o que permitiria uma relação
mais independente e provavelmente mais produtiva com os órgãos
centrais."