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Marte teve água suficiente para abrigar vida


Publicado pelo jornal O Estado de S.Paulo 03/03/2004

Agora não resta dúvida: Marte teve grandes quantidades de água em sua superfície no passado - suficiente, inclusive, para abrigar formas de vida, segundo observações realizadas pelo rover Opportunity, da Nasa.
Cientistas da agência espacial americana anunciaram ontem que a região de Meridiani Planum, onde pousou o jipe, já esteve "encharcada de água". Depois de muitas observações da topografia marciana feita por meio de satélites, é a primeira verificação direta in loco de que o "líquido da vida" já correu sobre o planeta vermelho.
"O solo teria sido favorável à vida", disse Steve Squyres, chefe de investigação científica do Opportunity. Isso não significa que o robô tenha encontrado evidências de vida extraterrestre, mas sugere que a vida poderia ter evoluído em Marte assim como na Terra. "Não sabemos isso. Mas, por um período, foi um local habitável em Marte", explicou o cientista. A princípio, nesse caso, "vida" refere-se a formas primitivas, bacterianas; o que não exclui a possibilidade de que formas mais evoluídas, multicelulares, também tenham se desenvolvido.
Segundo Squyres, ainda não é possível dizer há quanto tempo a água esteve presente no ambiente marciano. Pode ter sido há centenas, milhares ou milhões de anos. "O que realmente precisamos é trazer algumas amostras de volta (para a Terra)", disse. O dois jipes-robôs - Opportunity e Spirit, que está em uma cratera do outro lado do planeta - continuarão em atividade por mais dois meses, mas não retornarão para casa. A Nasa tem planos de enviar missões tripuladas a Marte no futuro, mas, enquanto isso não é possível, novos robôs serão desenvolvidos para pousar no planeta e retornar com amostras para pesquisa.
Pistas - As evidências do passado foram obtidas por meio de observações e análises química de um agrupamento de rochas próximo ao local de aterrissagem do robô. Abastecido com uma série de equipamentos de pesquisa, inclusive microscópios e ferramentas de perfuração, o rover encontrou grandes quantidades de sais, tanto no solo quanto nas rochas, e de hematita, um mineral que tradicionalmente se forma na presença de água. Também detectou uma série de partículas esféricas incrustadas, que, aparentemente, foram formadas em meio líquido. A principal rocha investigada, apelidada de El Capitan, também apresenta ranhuras tipicamente deixadas por cristais minerais formados em água salobra.
Juntando todas as pistas, os investigadores chegaram a uma única conclusão: as rochas foram formadas em água salgada ou ficaram muito tempo expostas a ela. "A única maneira de formar concentrações tão grandes de sal seria dissolvê-lo em água e depois deixá-la evaporar", disse o pesquisador Benton Clark III. Na Terra, a composição e a densidade dos sais encontrados são comparáveis à salinidade do Mar Morto.
O próximo alvo do Opportunity deve ser uma outra cratera, de cerca de 30 metros de profundidade, onde camadas mais profundas - e mais antigas - de solo e rocha poderão ser estudadas.


O Estado de São Paulo

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