Brasileiras conquistam vagas nas empresas |
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Publicado pelo jornal O Estado de S.Paulo 08/03/2004 |
O Brasil tem um dos índices mais altos no mundo de participação de mulheres em postos de administração e gerência de empresas.
A informação é da Organização Internacional do Trabalho (OIT) que, para comemorar o Dia Internacional da Mulher, publica hoje um relatório avaliando a situação das profissionais em cargos de maior prestígio nas empresas.
Cerca de 44% dos funcionários de administração e gerência de uma companhia brasileira são do sexo feminino, taxa que vem aumentando desde 1996. A liderança, na avaliação da OIT, é dos Estados Unidos, onde 45,9% dos postos são ocupados por mulheres.
O relatório mostra, porém, que a situação da mulher não sofreu melhora significativa e os progressos são lentos. Nos postos de gerência, a OIT estima que a média mundial de participação de mulheres esteja entre 20% e 40%, apesar de as estudantes serem maioria nas universidades de muitos países.
As universitárias brasileiras representam 56% do total de alunos, índice maior do que os de Estados Unidos e Inglaterra. No Brasil, 34% das mulheres com formação superior passaram por carreiras ligadas às ciências exatas, incluindo matemática, engenharia e ciências da computação. Para a OIT, isso explica o aumento de brasileiras no setor de tecnologia. Em 1999, 20% das empresas de software do País eram dominadas por trabalhadoras, taxa maior que à da Austrália.
Em relação à participação das mulheres em cargos de administração, a média brasileira é bem acima da registrada no restante da América Latina, que varia entre 25% e 45%. Na Colômbia, o índice caiu entre 1996 e 2002, tendência também verificada na Venezuela e no Chile, onde elas ocupam pouco mais de 20% dos cargos. Nas demais regiões, as taxas são mais baixas que a brasileira. No Japão, 8,9% dos cargos são ocupados por mulheres, perto dos 8,7% registrados no Paquistão. O caso mais extremo é o da Arábia Saudita, onde as administradoras são só 0,9%.
O Brasil está bem posicionado em relação à participação delas em trabalhos profissionais. No País, 61,9% desses postos são ocupados por mulheres, um dos índices mais elevados do mundo, juntamente com o Leste Europeu e as Filipinas.
Segundo o estudo, quanto mais alto for o cargo, menores são as chances de uma mulher ocupá-lo. Pesquisa com as 500 principais empresas americanas mostrou que 13,6% dos conselheiros executivos eram do sexo feminino. Na Austrália, uma entre 200 empresas era presidida por mulher. Na África do Sul, as negras ocupam só 0,9% das posições principais.
Outro desafio em praticamente todo o mundo é a diferença salarial entre homens e mulheres. Enquanto uma inglesa ganha, em média, 24% a menos que um inglês em cargo similar, a variação na Argentina é de 32,7%. No Brasil, a maioria das mulheres que trabalham, 67%, estão no setor informal, enquanto a taxa masculina é de 55%.
Outra constatação é que as pequenas e médias empresas de propriedade de brasileiras, argentinas e mexicanas são em geral menores que as controladas por homens. Mesmo assim, até um terço dos microempreendimentos tem uma proprietária mulher, principalmente no setor varejista e de serviços.
O Estado de São Paulo
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