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Quem pára de estudar logo se arrepende


Publicado pelo jornal O Estado de S.Paulo 15/03/2004

Quem, por um motivo ou por outro, teve de parar de estudar não demora muito a se arrepender. No Rio, Edílson da Silva Carvalho, de 19 anos, jura que largou os estudos por influência dos amigos, há três anos, quando estava no 2.º ano do ensino médio. "Você sabe como é quando a gente é novo. Todo mundo chama para sair, matar aula, e você vai. Acaba se acostumando a faltar. A galera foi parando de estudar, e eu parei também", diz ele. Após deixar a escola, Edílson trabalhou em vários empregos, o último como motoboy. Hoje, aos 22 anos, desempregado, se arrepende. "Parei porque estava na fase de zoar um pouco. Dei mole. Agora, quero voltar a estudar e entrar na faculdade", afirma o rapaz, que pretende ser fisioterapeuta. "Foi burrice minha. Já era para eu ter acabado (o ensino médio) há muito tempo e estar em um trabalho bom", reconhece.
Mas, para quem conclui o ensino médio, o grande problema não é entrar na faculdade, mas arrumar um emprego que permita pagar as mensalidades. Tiago Sanches Lima, de 19 anos, cursa o 3.º ano do nível médio em uma escola pública, no período noturno, e trabalha em uma loja de um shopping center de São Paulo durante o dia. O estudante conta que nunca conheceu o pai, mora com o avô, um tio e a mãe. "Ela tem apenas o nível fundamental, trabalha em uma confecção e vive falando que a pessoa sem estudo não é nada." Ele pretende cursar Administração de Empresas ou Computação Gráfica e conta com a promessa da mãe e do tio de ajudá-lo a bancar as despesas do curso superior.
Sustento - Camila Rodrigues dos Santos, de 22 anos, também trabalha no comércio, numa indicação que esse segmento continua sendo uma das portas de entrada dos jovens no mercado de trabalho. Mas, para conseguir o emprego, ela teve de parar de estudar porque não foi possível compatibilizar o horário das duas obrigações. Assim, largou o curso técnico de informática no terceiro ano. Camila conta que está cada vez mais difícil voltar a estudar, pois o pai sofreu um acidente, está afastado do trabalho, e há três meses é ela quem banca as despesas da casa. Mas não perde a esperança de, no futuro, passar no vestibular para estudar fisioterapia.
Adriano Brasílio Leite, de 18 anos, também estudou até o nível médio em escola pública e agora cursa o primeiro ano de Jornalismo em uma faculdade particular, no período noturno. Ele trabalha em uma loja, mas, como ganha pouco, precisa da ajuda dos pais para pagar a faculdade. "Meus pais estudaram até o nível médio, mas querem que eu chegue mais longe."
Júnior Martins Vilela, de 20 anos, estudou em uma escola particular na cidade de São José dos Campos até a conclusão do nível médio, há quatro anos. E parou por aí. Logo em seguida, a família veio morar em São Paulo.
Júnior diz que não trabalha nem estuda atualmente porque está "prestando o serviço militar". Essa obrigação termina em maio e, se quiser estudar, diz, "primeiro terei de arranjar um emprego". O que não vai ser fácil.
Vitor Rodrigues Sala, de 18 anos, concluiu o ensino médio há um ano em uma escola pública. Tem procurado emprego, mas não encontra. "Sem emprego não tenho como pagar uma faculdade." A mãe é professora particular de português e massagista, o pai trabalha em uma empresa de telemarketing, mas o que os dois ganham não é suficiente para bancar as despesas da casa, que é alugada, e ainda pagar a faculdade dos dois filhos. Sala tem um irmão que está desempregado e também parou de estudar quando concluiu o nível médio.


O Estado de S.Paulo

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