> Sistema Documentação
> Memorial da Educação
> Temas Educacionais
> Temas Pedagógicos
> Recursos de Ensino
> Notícias por Temas
> Agenda
> Programa Sala de Leitura
> Publicações Online
> Concursos & Prêmios
> Diário Oficial
> Fundação Mario Covas
Boa tarde
Quarta-Feira , 15 de Maio de 2024
>> Notícias
   
 
Cabeça a mil


Publicado pelo jornal Folha de S.Paulo 05/04/2004

Enviar e receber e-mails, fazer pesquisas de colégio ou faculdade, participar de chats, visitar páginas de notícias, humor e astrologia, baixar músicas, vídeos e games, conversar com amigos em programas de mensagens instantâneas e, ufa, ainda visitar ou atualizar os próprios blogs e fotologs. Tudo em uma tarde, quase ao mesmo tempo e com a TV ou o som ligado e o telefone celular tocando. E sobra tempo até para praticar esportes ou fazer curso de inglês. Fala sério!
É essa a rotina que muitos jovens entre 12 e 19 anos têm logo após chegarem das aulas. Por volta de 13h, eles vão direto para seus quartos, ligam seus computadores e se conectam à internet.
Muitos podem pensar em vício, mas a prática não é necessariamente ruim. De acordo com especialistas no uso de tecnologias na educação ouvidos pelo Folhateen (leia à pág. 8), o computador "liberta" o cérebro para que ele funcione como deveria, ou seja, em rede. Assim, a máquina pode aproveitar uma capacidade natural dos jovens de desempenhar várias tarefas.
Além disso, o ambiente da rede, com janelas que se abrem simultaneamente, obedecem à curiosidade de quem está na frente da tela e clica em links de acordo com a vontade na hora.
Muita informação ao mesmo tempo? Não para essa galera. Luiza Fermann Terpins, 14, estudante da 8ª série, chega em casa por volta de 13h, almoça, liga seu computador e sintoniza a TV na MTV.
Então, ela se conecta ao programa de mensagens MSN e, depois, aciona o programa de troca de downloads Kazaa para começar a baixar músicas dos Beatles e de bandas como CPM 22 e Skank.
Parte então para seus deveres de casa. Para fazer, por exemplo, um trabalho sobre os 40 anos do golpe militar de 1964, ela usou o site de busca Google. Responsabilidade feita, ela vai atualizar o seu blog (leia ao lado), visitar sites ou ver como andam os blogs de seus amigos.
Já são 18h e quase todo mundo se prepara para entrar no MSN ou no ICQ, outro programa de mensagens. Várias conversas rolam, e o papo vai até 22h ou 23h, quando Luiza, enfim, vai dormir, para recomeçar, no dia seguinte, às 6h.
"Chega a dar preguiça de sair da internet. Fora que às vezes perco até o sono. Por isso tenho de me policiar, senão eu viro a madrugada. Quando é dia de semana, minha mãe fica no pé e pede para eu sair, mas, nas férias, ela me deixa aproveitar", conta Luiza.
Há quem não consiga se organizar. Marília Coura Netto, 13, estudante da 7ª série, fica no computador das 13h às 22h. Assim como Luiza, ela fica no MSN e no ICQ, tem dois blogs e fica com a TV ou o rádio ligado. Mas ela se perde um pouco no meio de tantas coisas simultâneas. "Quando baixo músicas, fico sempre olhando para ver se já terminou. Quando mando uma mensagem para algum amigo, fico esperando a resposta. Chego a deixar sete janelas abertas ao mesmo tempo, acabo me perdendo um pouco e, muitas vezes, mando mensagens para as pessoas erradas", conta Marília.
Já Caio Camerino, 14 anos, estudante, acha que é bom fazer muitas coisas ao mesmo tempo, "senão fica monótono". "Tenho bons reflexos e agilidade na troca de janelas. Só às vezes mando mensagem errada no MSN, mas peço desculpas depois. É normal isso acontecer."
Para a mãe dele, Miriam de Almeida, o termômetro são as notas na escola. "Se continuarem boas, ele pode continuar na internet. Além disso, ele gosta de ler livros e não fica fazendo uma única coisa no computador. Não é vício."
Uma mesinha ao lado do computador no quarto do irmão serve de lugar para estudar e até almoçar, no caso da estudante de fonoaudiologia Mayara da Roz Barneschi, 17. "Quando estudo no meu quarto fico desesperada: "Será que tem alguma mensagem?'", conta.
Mayara afirma que sempre faz um roteirinho para não se perder entre os estudos e a internet.
Felipe Nuno, 18, que faz curso para se tornar ator, já se perdeu na rede quando estava no colégio. "Já cheguei a deixar de estudar para provas. Resolvi fechar meu fotolog, porque me viciei. Não conseguia administrar meu tempo", conta Felipe, que voltou a ativar seu fotolog recentemente. "Não sei ainda se consegui mesmo me


Folha de São Paulo

Para mais informações clique em AJUDA no menu.

 





Clique aqui para baixar o Acrobat Reader