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Internet auxilia a comunicação entre surdos


Publicado no Caderno Equilíbrio na Folha de S.Paulo 15/04/2004

Anúncios de emprego para surdos, indicação de missas com intérpretes que usam linguagem de sinais e lista de TS (telefones de surdos) são alguns dos serviços oferecidos pelo Diário do Surdo (www.diariodosurdo.com.br), desenvolvido pelos estudantes Aldo Augusto de Souza Lima Neto, 27, o "Tuco", e Denis Repullo Abreu, 19, ambos deficientes auditivos. "Temos o site para jovens surdos mais completo do país", afirma Lima. Leia a entrevista abaixo.

Folha - Vocês já tinham outros sites para deficientes auditivos?
Aldo Augusto de Souza Lima Neto - Sim, mas eram amadores, principalmente o do Denis, que era muito pesado. Não existe um site como o nosso. Isso é comum lá fora. Aqui só existem sites mais sérios, que não têm a cara do jovem.
Folha - Qual é o diferencial do seu site?
Lima - Acho que é o site mais completo para jovens surdos. Tem vários assuntos relacionados à surdez, como lista de TS (telefones de surdos), prestadores de serviços, oportunidades de emprego, fotos, fórum, loja virtual, escolas e faculdades, além de uma sala de bate-papo.
Denis Repullo Abreu - No meu antigo site, fiz uma lista de pessoas surdas e seus endereços de mensagens instantâneas. Assim, ficava mais fácil para surdo achar surdo e conversar com surdo.
Folha - Qual é a maior dificuldade de um deficiente auditivo?
Lima - As pessoas não estão acostumadas a lidar com surdos. Tem até gente que acha que temos problemas mentais. O McDonald's, por exemplo, tem cardápio em braile, mas não tem treinamento para atender surdos.
Abreu - As pessoas falam rápido e não abrem a boca o suficiente. Não dá para entender. Seria bom se todos soubessem se comunicar pela linguagem de sinais.
Lima - Daí ficamos com aquela cara de quem não entendeu nada e parece que somos bobos. Cerca de 80% dos surdos não conseguem ler lábios. Surdo não pode ser jogador de futebol, porque não dá para ouvir o apito do árbitro, mas o passatempo preferido do surdo é jogar futebol! O que a gente quer são os mesmos direitos dos deficientes físicos. Eles, por exemplo, não pagam passagem de avião. Queremos essa igualdade.
Folha - Não há o mesmo tratamento?
Lima - Claro que não! Aparentemente, não somos diferentes, não temos restrições. Mas melhoraria muito nossa qualidade de vida se tivéssemos os mesmos direitos dos deficientes físicos. Nos Estados Unidos, a lei é igual para todos.
Folha - O que vocês gostariam que fosse transformado em lei?
Lima - Surdo adora ir ao cinema, mas só dá para assistir a filmes estrangeiros, por causa das legendas. Seria bom se todos tivessem legendas.
Folha - Em que o Diário do Surdo pode melhorar a vida de seus visitantes?
Lima - Temos serviços para surdos reunidos em um só lugar. Por exemplo, dá para enviar mensagens para pagers do nosso site. É difícil, quase impossível mandar mensagem via telefonista. Sem contar que ainda temos oportunidades de emprego, o que ajuda bastante.
Folha - Já tem patrocinador?
Lima - Temos parceria com a Faculdade Radial, a Widex [fabricante de aparelhos para surdez] e a Koller [empresa de telefones para surdos], entre outros. Mas estamos abertos para qualquer conversa.


Folha de São Paulo

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