> Sistema Documentação
> Memorial da Educação
> Temas Educacionais
> Temas Pedagógicos
> Recursos de Ensino
> Notícias por Temas
> Agenda
> Programa Sala de Leitura
> Publicações Online
> Concursos & Prêmios
> Diário Oficial
> Fundação Mario Covas
Boa tarde
Quarta-Feira , 15 de Maio de 2024
>> Notícias
   
 
Lula insiste que é preciso avaliar o ensino


Publicado pelo jornal O Estado de S.Paulo 16/04/2004

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva abriu ontem a 18.ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo reafirmando sua intenção de instituir novas avaliações do ensino fundamental para "reparar um erro histórico na educação brasileira, pelo menos nos últimos anos". O alvo indireto das críticas, novamente, foi a política do governo anterior de universalizar o ensino sem preocupação com sua qualidade. "Estatísticas mostram que 52% das crianças que estão na 5.ª série lêem um livro ou um texto e não conseguem interpretá-los."
Segundo o presidente, o sistema de ensino não testa corretamente o aprendizado dos alunos. O Ministério da Educação (MEC) aplica desde o início do governo Fernando Henrique Cardoso o Sistema de Avaliação da Educação (Saeb). O exame, bienal, avalia alunos da 4.ª e 8.ª séries e do 3.º ano do ensino médio em competências de português e matemática. "Se o professor dá aula uma vez e a criança não aprende, precisamos descobrir se o defeito está na criança; se dá a segunda aula e ela não entende, precisamos descobrir que defeito há na criança; mas se dá a terceira aula e a criança não entende, possivelmente temos que reciclar e preparar melhor os educadores."
Desde as primeiras reclamações de Lula sobre a falta de avaliações, há cerca de 15 dias, o presidente do Instituto de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) do Ministério de Educação (MEC), Eliezer Pacheco, foi incumbido de resolver o problema. "Vamos fazer uma avaliação ouvindo pais e a toda a comunidade sobre as escolas", disse. Segundo ele, outra medida será a aplicação em todas as escolas do Saeb, que hoje é feito por amostragem.
Pacheco se reunirá com Lula no dia 28 para apresentar seu projeto. O governo federal pretende ainda reunir-se com governadores e secretários para discutir o problema da qualidade do ensino.
"Não adianta querer curar a febre com o termômetro", disse o educador da Universidade de São Paulo (USP), Vitor Paro. Segundo ele, as avaliações não vão melhorar a qualidade do ensino e é preciso investir em políticas pedagógicas. As avaliações - entre elas, o Provão e o Enem, para o ensino médio - foram marcas da gestão Paulo Renato Souza no MEC. Essa política tinha entre seus críticos os próprios integrantes do PT.
Ciclos - O governador Geraldo Alckmin (PSDB), que também participou do evento, defendeu em entrevista o sistema de progressão continuada - também criticada por Lula há 15 dias - e afirmou que, em São Paulo, há um sistema de avaliação dos alunos. "Nos ciclos, o professor avalia o aluno todo dia", disse Alckmin. Ele lembrou também que, em abril, o governo estadual aplicará o Sistema de Avaliação de Rendimento Escolar de São Paulo (Saresp) para todos os alunos.
Listando em seu discurso uma série de iniciativas do governo federal na área da educação, o presidente destacou o programa Fome de Livro, que pretende abrir bibliotecas públicas em mais de mil cidades até 2006. As primeiras, disse Lula, já estarão prontas nos próximos dois meses. Também prometeu políticas públicas para que as crianças adquiram o gosto pela leitura, sem especificá-las. "É apenas uma questão de educação e a bola não está com ninguém, está conosco. Portanto, nós não temos de reclamar, nós não temos de pedir, nós temos de fazer."
Não faltaram suas tradicionais comparações. "A leitura, para a criança, é o mesmo que uma esteira para as pessoas da nossa idade. Muita gente coloca até uma esteira no quarto, muitas vezes coloca até na beira da cama pensando:
amanhã vou levantar e vou começar a andar na esteira. Mas todo dia se levanta com uma preguiça desgramada e vai ficando para o dia seguinte. Isso é como o livro para uma criança que não adquiriu no tempo certo o gosto pela leitura", afirmou Lula.
Na visita que fez aos estandes da Bienal, realizada no Centro de Exposições Imigrantes, na zona sul, Lula recebeu de presente 20 livros.


O Estado de S.Paulo

Para mais informações clique em AJUDA no menu.

 





Clique aqui para baixar o Acrobat Reader