Publicado pelo jornal O Estado de S.Paulo 28/04/2004

Numa época em que cursar uma faculdade pode custar US$ 40 mil por ano ou mais nos Estados Unidos, surgem histórias pitorescas de como manter os estudos e sobreviver. Poucas, no entanto, se comparam à de Steve Stanzac, de 20 anos, e seus últimos oito meses como um "sem-teto" na Universidade de Nova York.
Stanzac dorme seis horas por noite no 2.º subsolo da Biblioteca Bobst, toma banho no ginásio de esportes ou na casa de amigos, faz seu dever de casa no McDonald's das redondezas e se alimenta de bolinhos e suco.
Como ele relatou em sua página na internet durante quatro ou cinco meses, trata-se da "história de um rapaz sem dinheiro e sua luta para se formar".
Stanzac conta que se refugiou na biblioteca porque lhe foi negado auxílio financeiro e descreveu a si mesmo como "uma figura furtiva entre pilhas de livros empoeirados, abaixo dos escritórios dos administradores da universidade". Seria isso verdade? Difícil dizer.
Na semana passada, quando a diretoria da Universidade de Nova York ficou sabendo do site, rapidamente convidou-o para uma conversa e depois lhe concedeu gratuitamente um quarto nos alojamentos da universidade.
Stanzak se surpreendeu com a repercussão de um artigo sobre ele publicado no jornal do campus, The Washington Square News. "Achei que isso interessaria apenas à comunidade universitária", disse ele. "Não pensei que mais alguém fosse se importar."
O estudante contou que teve a idéia de dormir na biblioteca em setembro do ano passado, porque não conseguiu um empréstimo para complementar a bolsa de estudos de US$ 15 mil que recebeu da universidade. Disse que os pais são divorciados e que nenhum deles contribui para sua educação.

O Estado de São Paulo

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