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Humor negro sobre a degradação da cidade


Publicado pelo jornal O Estado de S.Paulo 07/05/2004

Morador da metrópole paulistana - fundador e coordenador do N.Ex.T, um pequeno teatro localizado próximo à Avenida Ipiranga -, Antonio Rocco decidiu tirar humor dessa degradação que engolfa arquitetura e seres humanos. O Minhocão é quase um personagem de sua comédia A Estranha, que estréia hoje no Sesc Belenzinho sob direção de André Garolli, com Nilton Bicudo, Lulu Pavarin e Melissa Vaz no elenco.
Bicudo é também produtor da peça, pela qual apaixonou-se desde a primeira leitura, ainda no Mostra de Dramaturgia do Ágora, ano passado. No espetáculo, ele é Casimiro, filho de paulistas quatrocentões, porém bancário, pobre, herdeiro de um casarão outrora sofisticado, situado quase debaixo do Minhocão. Quando a peça tem início, chove torrencialmente, a cidade está engarrafada, e ele chega em casa depois de um dia de trabalho com um bolo na mão - é seu aniversário. Quem vai comemorar com ele é sua mãe - já morta - porém presente como nunca em sua vida.
Ele é um Édipo que mantém um quadro enorme de sua mãe na sala, e conversa com o retrato. Ela, por sua vez, responde, ainda que ele não escute. E aproveita as idas do filho à cozinha para beber seu uísque e experimentar o bolo. "Sem parar de falar, ela reclama o tempo todo do Minhocão, da decadência do centro, diz já ter se queixado com Ramos de Azevedo (arquiteto que construiu o Teatro Municipal de São Paulo)", diz Bicudo. Porém nessa primeira parte o humor nasce mesmo da relação entre esse rapaz bobo, reprimido, virgem, edipiano com sua mãe repressora. "Lembra muito aquele filme do Woody Allen, em que sua mãe aparece no céu e controla sua vida."
Curiosamente, o tipo físico de Bicudo, franzino, remete ao do ator norte-americano. "Admiro mesmo o humor dele. E Casimiro é esse tipo de personagem, que tira lasquinha de mulheres lindas sem nunca conseguir conquistá-las." Pois é uma dessas que vai literalmente cair no seu jardim - de cima do Minhocão. Obviamente, além de suar a camisa para conquistá-la, terá de passar por cima do 'cadáver' da mãe - literalmente.


O Estado de São Paulo

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