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Áreas quilombolas são reconhecidas pelo Estado


Publicado pelo jornal O Estado de S.Paulo 12/05/2004

Com apenas uma casa simples onde residem três mulheres descendentes de escravos, o sítio Santa Rita, em Capivari, se tornou a primeira área no Estado de São Paulo reconhecida pelo Fundação Instituto de Terras do Estado de São Paulo (Itesp) como uma terra comprada por quilombolas. O sítio tem 6 hectares e era um quilombo no início do século passado. É cercado por plantação de cana-de-açúcar e hoje não tem energia elétrica, nem rede de água e esgoto.
O Itesp já reconheceu 17 quilombos de afrodescendentes em Eldorado, Iporanga, Salto de Pirapora, Ubatuba, Itapeva e Cananéia. A diferença é que esses quilombos foram formados a partir de invasões. Está em fase final de conclusão a análise de mais seis localidades. Outras áreas que serão analisadas e aguardam vistorias técnicas estão na região de Sorocaba, Vale do Ribeira, Tietê e Rio Claro.
Conforme a geógrafa do Itesp Roseleine Bertaco Giacomini, após o reconhecimento, cabe ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) dar o título definitivo de quilombo à localidade. "O Quilombo Capivari é a primeira área particular reconhecida como quilombo, porque já havia o domínio da terra e nenhum conflito local", disse a geógrafa.
"Significa também um resgate cultural e histórico." De acordo com o Itesp a área não poderá ser negociada, mas deverá ser ocupada por alguma atividade.
"Os negros que não aceitavam trabalhar nas fazendas se refugiavam nessas matas", conta o representante comercial Carlos Alberto Sampaio, bisneto de Eva Barreto, uma ex-escrava que comprou o sítio com os irmãos por meio da troca do trabalho no campo, entre os anos de 1903 a 1905. A família chegou à região na década de 1860, vinda da África, e foi distribuída por propriedades de Piracicaba, Porto Feliz e Itu.
"Nossos descendentes estão por toda a região. Estamos recontando nossa história", disse Sampaio. O levantamento da documentação para o processo de reconhecimento do Quilombo Capivari levou 3 anos.
A única casa na área é de Cleonice Pereira, que mora com duas filhas. Ela é a segunda esposa do pai de Sampaio, morto em 1992, e está lá há 25 anos.
"Nosso objetivo agora é desenvolver projetos sociais com trabalhos rurais de economia alternativa, que gerem recursos financeiros e tragam benefícios para todos", disse Sampaio.


O Estado de São Paulo

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