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Nanotecnologia vai mudar até seu jeito de vestir


Publicado pelo jornal O Estado de S.Paulo 16/05/2004

Em 1951, o cientista Sidney Stratton inventou um tecido que nunca manchava nem ficava sujo. A descoberta, que deveria ser aplaudida, acabou levando-o a ser perseguido pelos fabricantes de roupas, preocupados com a possível queda das vendas.
O roteirista do filme O Homem do Terno Branco não poderia imaginar que, pouco mais de 50 anos depois, a vida copiaria a arte: a empresa americana Nano-Tex pôs à venda produtos que tornam calças e vestidos resistentes a respingos de café, vinho e outras manchas. O responsável por essa resistência é a nanopartícula, parte de uma área da ciência e tecnologia que está explodindo no mundo: a nanotecnologia.
Com um tamanho 100 mil vezes reduzido em relação a um fio de cabelo, as nanopartículas e suas aplicações deverão ocupar um mercado tão grande que o presidente americano George W. Bush assinou em dezembro uma lei tornando o investimento em nanotecnologia obrigatório. O investimento na área nos Estados Unidos saiu de US$ 116 milhões em 1997 para estimados U$$ 961 milhões em 2004 - no Brasil, ele foi de US$ 1,6 milhão em 2003 e a previsão para 2004 é de US$ 3,1 milhões - e está atraindo a atenção de luminares de todas as áreas.
No ano passado o CEO da gigante GE, Jeffrey Imelt, disse que uma das três prioridades de pesquisa e desenvolvimento da multinacional americana será a nanotecnologia. Na área automobilística, a Mercedes-Benz, do grupo DaimlerChrysler, saiu na frente ao lançar o primeiro verniz anti-risco para veículos usando nanopartículas. O verniz transparente, que também dá mais brilho à pintura, contém partículas cerâmicas microscópicas que endurecem durante o processo de pintura do carro, formando uma rede que aumenta em três vezes a resistência a riscos.
Mas, segundo Josh Wolfe, sócio do fundo de investimento de risco LuxCapital e editor do respeitado informe Forbes/Wolfe Nanotech Report, a nanotecnologia terá um grande impacto no curto prazo, provavelmente na área de materiais à prova de manchas e de água.
Exército - Essa nova corrida do ouro é possível somente graças a uma característica das nanopartículas: o estranho comportamento dos materiais quando chegam na escala nano. Nela, as propriedades físicas e químicas habituais simplesmente mudam. Essa característica única interessou e muito também ao Exército americano. Ele fechou em 2002 um contrato de US$ 50 milhões, por cinco anos, com o Massachusetts Institute of Technology (MIT), uma das mecas da tecnologia do mundo. A parceria deu origem ao Instituto de Nanotecnologias para Soldados (ISN), que deve criar o uniforme do soldado do futuro.
Entre as pesquisas feitas atualmente no ISN está a criação de nanomoléculas capazes de se contrair e expandir quase na mesma proporção de um músculo humano ao serem submetidas a uma carga elétrica; e de nanopartículas que têm a propriedade de grudar em agentes químicos e biológicos. Uma empresa americana, a Nanoscale Materials, até já pôs no mercado, no fim do ano passado, um produto capaz de neutralizar vários agentes químicos fazendo exatamente as nanopartículas grudarem neles.
As nanopartículas também estão coladas nos locais mais inesperados. A gigante alemã Basf, por exemplo, as emprega em protetores solares para absorver os raios ultravioleta, responsáveis pelo envelhecimento precoce e por alguns tipos de câncer. São elas, as nanopartículas, que melhoram a resistência dos pneus de caminhões, carros ou ônibus. Mais especificamente, nanopartículas de um material chamado negro-de-fumo, que, misturadas à borracha, aumentam a durabilidade dos pneus em até 16 vezes.
Idade Média - Mas o uso de nanomateriais é muito mais antigo do que se imagina. Os artesãos na Idade Média já usavam nanopartículas de ouro, obviamente sem chamá-las assim, para dar o tom vermelho rubi que vemos em muitos vitrais de igrejas. As nanopartículas de ouro basicamente absorvem todas as cores da luz branca que passa por ela, menos o vermelho rubi, que enxergamos. E eles tinham um conhecimento com certeza 100 mil vezes reduzido em relação ao nosso sobre nanomateriais.
Imagine o que o futuro nos reserv


O Estado de São Paulo

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