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Governo cria estratégia de combate à obesidade


Publicado pelo jornal O Estado de S.Paulo 03/09/2004

(Lígia Fomenti)
A partir deste mês, especialistas recrutados pelo Ministério da Saúde vão discutir uma estratégia para ampliar o acesso ao tratamento da obesidade, doença que atinge pelo menos 10% dos brasileiros.
Entre as propostas discutidas estão a prescrição de medicamentos para o controle de peso e a ampliação de hospitais credenciados no SUS para a cirurgia de redução de estômago.
Ao mesmo tempo, outro grupo formado pelo ministério estuda medidas para colocar em prática a Estratégia Global para Alimentação Saudável da Organização Mundial de Saúde. Especialistas vão discutir, por exemplo, a regulamentação da propaganda de alimentos, principalmente as dirigidas para o público infantil, e a restrição dos produtos comercializados nas cantinas escolares.
A estratégia tem como objetivo barrar uma tendência mundial, que é a do aumento dos casos da obesidade e do sobrepeso. De acordo com um inquérito domiciliar feito pelo Ministério da Saúde em 12 capitais brasileira, 4 em cada 10 pessoas têm alteração de peso. No Rio, metade dos entrevistados estava acima do peso ou obeso.
Em todas as capitais avaliadas, tanto obesidade quanto sobrepeso foram mais freqüentes entre homens e entre pessoas de menor escolaridade. "Ao contrário do que acontecia no passado, a obesidade hoje é um problema sério entre pessoas de menor poder aquisitivo", analisa o secretário de Assistência à Saúde, Jorge Solla. Daí a necessidade de se fazer uma estratégia integrada, que inclua a prevenção nas escolas, a adoção de atividades físicas e a definição de um protocolo para tratar obesidade com medicamentos. "Vamos avaliar quais os remédios que poderiam ser usados e em quais casos devem ser receitados." Hoje, apenas centros especializados da rede pública oferecem tratamento com medicamentos para a obesidade.
Solla considera indispensável treinar profissionais da rede básica de saúde para fazer o diagnóstico das alterações de peso. "O médico do ambulatório tem de detectar se o paciente está fora do peso ideal e alertá-lo para necessidade de se tratar." Mas ele reconhece que isso ainda é exceção. A idéia é que médicos do Programa de Saúde da Família e das unidades básicas sejam sensibilizados para o problema, e indiquem tratamento aos pacientes. A costureira paulista Marli Nascimento, de 45 anos, é hipertensa desde os 15 e chegou a pesar 120 quilos. Marli nunca ouviu dos médicos que a pressão alta e os problemas cardíacos, que já a levaram a diversas internações, poderiam estar relacionados ao excesso de peso. Após quatro anos de dietas, hoje ela pesa 100 quilos e tenta manter uma alimentação balanceada. Sem a ajuda de um nutricionista, ela confessa que este ano "ainda não perdeu nem sequer um grama".
Doenças crônicas - Especialistas garantem que combater a obesidade é a estratégia mais segura para reduzir a incidência de doenças crônicas não transmissíveis - como as do aparelho circulatório, câncer e diabetes -, que crescem no mundo. No Brasil, esse grupo consumiu, somente em 2002, 69% dos gastos com atenção à saúde.
De todas as medidas avaliadas, a ampliação para redução de cirurgia de estômago é a que poderá ser colocada em prática mais facilmente. Hoje, no País, 51 hospitais estão credenciados pelo SUS para realizar a operação.
"Mas, em alguns locais, registramos ainda um longo período de espera", constata Solla. Em 2000, foram feitas no País 353 cirurgias de redução. Em 2003, foram 1.813.
Há um ano e quatro meses, a dona de casa Ana Lucia da Silva, de 33 anos e com 1,50 metro, pesava 120 quilos. E entrou nessa estatística. Ana Lucia fez a cirurgia de redução de estômago pelo SUS, na Santa Casa de São Paulo, e agora está com 58 quilos. A Santa Casa lhe oferece ainda hoje assistência médica e acompanhamento psicológico. (Colaborou Gabriella Sandoval)


O Estado de S.Paulo

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