Livro busca tornar filosofia mais fácil |
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Publicado pelo jornal O Estado de S.Paulo 16/09/2004 |
Por que a filosofia é tida como difícil e incompreensível pela maioria das pessoas? O que fazer para tornar o seu estudo frutífero e gratificante? Com o objetivo de responder a essas questões, o filósofo Mario Ariel González Porta, professor titular de Teoria do Conhecimento do Programa de Filosofia da Pós-Graduação da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), acaba de lançar o livro A Filosofia a Partir de seus Problemas (Edições Loyola, 181 páginas, R$ 15,00).
Segundo Porta, para o público em geral, a filosofia causa, na maioria das vezes, uma impressão negativa, expressa de duas formas. "Para aqueles que têm apenas um contato superficial com ela, fica uma imagem de caos, ou seja a filosofia é vista como um palco de caprichos e arbitrariedades onde cada um pode opinar o que quiser", explica. "Para outros, que por várias razões possuem um contato regular com a disciplina, permanece a sensação de que ela é incompreensível, daí sua fama de difícil e obscura."
Para o professor, que é doutor em filosofia pela Universidade de Münster, na Alemanha, isso ocorre porque as pessoas abordam essa disciplina pelo lado errado: procuram a resposta antes de saber qual a pergunta que um determinado filósofo está tentando responder. "As pessoas não conferem ao problema, à pergunta, seu lugar central do estudo filosófico ", diz. "Ora, um problema filosófico deve poder ser formulado como uma pergunta precisa."
Colocando a questão dessa forma, a filosofia começa a fazer sentido. "Se o problema é uma pergunta, sua solução, obviamente, é uma reposta", diz Porta.
Por isso, de acordo com ele, uma didática e metodologia de estudo da filosofia deve tomar o esclarecimento do problema de um autor como eixo de sua pesquisa. "Se perdermos de vista o problema, degradamos o discurso filosófico a um discurso descritivo e, em última instância, a filosofia torna-se um mero ato de contar histórias", explica.
Embora não seja de leitura complicada, o livro não é uma introdução à filosofia para pessoas que nunca tiveram contato com ela. "Certamente o livro não é compreensível para qualquer leitor", adverte o autor. "Trata-se de um livro básico, mas não de uma introdução de utilidade universal. Ele pressupõe um contato prévio com a filosofia."
A obra está dividida em duas partes. Na primeira, com seis capítulos, Porta torna clara a idéia central do livro, que é a de que a compreensão do problema é o núcleo essencial tanto do ensino quanto na aprendizagem da filosofia. Na segunda parte, de três capítulos, ele oferece três exemplos para colocar em prática esse princípio, por meio do estudo das obras dos filósofos Emmanuel Kant (1724-1804) e Ernst Cassirer (1874-1945) e da filosofia em geral.
O Estado de S.Paulo
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